Converti-me ao país do "mais"
Confesso que recentemente tenho me convertido ao discurso do Sr. Primeiro-Ministro. Sobretudo, quando este passou a efabular sobre o pais do "MAIS". Pode parecer estranho mas é verdade. Porque ele fala verdade, e só não vê quem não quer. Desde logo, este é o país com MAIS dívida, com MAIS desemprego - sobretudo jovem -, com MAIS défice, com MAIS miséria, com MAIS desencanto face ao futuro. Este é o país MAIS, sem dúvida. Mas este é também o país com MAIS corruptos, - onde até parece que nem nas forças que deviam garantir a nossa segurança podemos confiar, (basta ver os jornais) embora ache que não são todos, felizmente -, somos o país com MAIS violência doméstica, com MAIS atentados à vida das mulheres, somos o país onde a justiça é MAIS cara e inacessível, o país onde existe cada vez MAIS abandono escolar, onde a saúde é cada vez para os MAIS ricos. Este é o país onde é cada vez MAIS difícil viver, perdão, sobreviver. De facto, Sr. Primeiro-Ministro, tem razão, somos o país MAIS. Mas também somos o país onde a população olha com MAIS desconfiança para os políticos, onde estes fazem cada vez MAIS promessas que logo esquecem quando são eleitos. Por tudo isto, o Sr. Primeiro-Ministro tem razão, somos de facto o país MAIS. E se não pertencêssemos ao continente europeu, e se por qualquer acidente geográfico fossemos parar a um qualquer terceiro mundo, nem aí seríamos o país MAIS evoluído, porque por tudo aquilo que atrás disse, estaríamos uma vez MAIS na cauda do grupo. Mas também somos o país de MAIS ignorantes, - desde logo, aqueles que acreditaram no seu "conto de crianças" e o elegeram -, pensando que era o salvador. Sem sombra de dúvidas, somos o país MAIS, e só não o vê aqueles que, por perfídia ou iliteracia são MAIS ignóbeis do que todos os outros. Até a Blomberg ontem afirmava que Portugal era o décimo país MAIS miserável do mundo. Por isso, só me resta dar-lhe os parabéns, Sr. Primeiro-Ministro, por tudo o que fez de MAIS pelo país, pelo que de MAIS trabalhou para chegarmos aqui. Afinal, fomos o país com MAIS "troika", onde o Sr. Primeiro-Ministro se gabou de ter ido MAIS longe na austeridade do que aquilo que lhe era exigido. E, com certeza, que até findar o mandato, ainda nos vai surpreender com MAIS medidas, para que este país MAIS, fique ainda MAIS e MAIS. Bem haja pelo seu esforço e dedicação! A geração MAIS lhe agradecerá.
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