Subvenções e presidenciais
Estamos chegados ao fim da campanha para as presidenciais até com vencedor pré-anunciado. Ao longo dela houve sempre aqueles pequenos truques para tentar influenciar este ou aquele candidato. O último dos quais, e talvez o mais flagrante, foi o das subvenções vitalícias aos políticos. Aqui critiquei em devido tempo que haja quem tenha pedido o aclaramento ao Tribunal Constitucional sobre a matéria, mas isso não significa que tal seja ilegítimo ou até ilegal. Estão nesta situação cerca de vinte e cinco deputados. E apenas estes porque esta benesse foi retirada em 2005 pelo governo chefiado por José Sócrates, para aqueles que têm memória mais débil. Assim, não se trata de repor uma prerrogativa já extinta, mas sim, o de clarificar o direito deste grupo de deputados. Seja como for, isto serviu de arma de arremesso político contra uma das candidaturas, a de Maria de Belém Roseira. Não sou apoiante desta candidatura, mas sempre me incomodou a maneira oportunista como se fazem aproveitamentos políticos. De falsos profetas, catrastofistas e quejandos, anda o mundo cheio. E o perigo desse populismo barato traduz-se ainda num maior afastamento dos cidadãos da política. O que é um primeiro passo para por em causa o próprio regime e a democracia. É curioso que uma das candidaturas que mais explorou este caso, não tenha tido uma palavra para um outro tipo de apoios, também eles vitalícios, que derivam de se ser deputado europeu. Com certeza foi por "esquecimento". Enfim, uma amálgama de confusões e diatribes, que só vêm beneficiar a candidatura que aparece nas sondagens à frente das restantes, sem que se perceba o móbil de tudo isto. Seja como for, será sempre bom que não percamos de vista que aquilo que parece nem sempre é. Na política como na vida, por vezes há quem ande a colocar pedrinhas na estrada na firme convicção de que, inevitavelmente, tropeçaremos nelas. Um alerta aqui fica. Antes de partirmos para o aparentemente óbvio, será bom que nos documentemos com mais profundidade. Só assim, deixaremos de ser joguetes nas mãos de pessoas que não olham a meios para atingir os fins. É tempo de dizer basta ao populismo barato que por vezes assola a nossa democracia. Basta de confusões. Basta de equívocos. Basta de golpes baixos. Não é assim que se reconstrói um país. Aqui fica a clarificação a bem da verdade.
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