Sobre a infidelidade e outras estórias
Poderá parecer estranho o tema que vos proponho hoje, mas não será tanto assim. Resolvi escrever sobre ele, por uma situação que me chegou às mãos duma pessoa muito amiga, que está a passar por momentos menos bons. Só que por vezes, essas situações são potenciadas por nós próprios sem que disso nos apercebamos. Mas tornemos isto mais claro, sem falar em nomes, obviamente. Nós todos conhecemos casos de mulheres que tentam controlar os maridos, namorados ou amantes, tentando vasculhar o que eles procuram na internet, as mensagens que mandam e a quem as mandam nos telemóveis. (Cumpre informar que o mesmo se passa com os homens, não pensem que são só as mulheres que o fazem). Mas o fruto proibido é sempre o mais apetecível - é dos livros - e, normalmente, estas pessoas que se sentem controladas têm a tendência de ir mais além, quanto mais não seja para se sentirem donos do seu próprio destino. E de degrau em degrau, de desconfiança em desconfiança, de 'voyeurismo' em 'voyeurismo', as relações vão-se degradando, ou se tal não acontece, é para salvar as aparências, porque o peso social ainda é muito, mesmo para esta nova geração que tem uma mentalidade bem diferente da minha. Quando tal acontece, - e por incrível que pareça -, as relações vão-se degradando ao ponto do insustentável. E, caso curioso, normalmente quem controla, é mais infiel do que quem é controlado, talvez por isso, e sabendo o que faz por trás das cortinas, tenta evitar que o mesmo lhe aconteça. (No fundo é a sua própria insegurança que dita o seu comportamento). A desconfiança num casamento - de facto ou não - é o pior que pode acontecer. Um casamento não pode ser uma prisão para um cônjuge, (ou para ambos), porque então essa relação não é saudável e está condenada ao fracasso. E muitas vezes, essa paz podre mantém-se, ou por incómodo social como atrás já afirmei, ou porque a situação de um dos cônjuges, ou de ambos, seria insustentável se ficassem sozinhos. Assim, em nome da conveniência, assobia-se para o lado, e faz-se de conta que nada se passa. Esta situação é até tola porque, mais do que a internet, não é possível controlar uma pessoa vinte e quatro horas por dia, e podem crer que há mais 'perigos' no dia a dia do que na internet. Contudo, estes casos são mais comuns do que aquilo que julgam. E como disse atrás, são transversais a homens e mulheres, e será difícil saber qual dos géneros é mais assintoso na matéria. Se a relação de muitos jovens já é muito complexa, mesmo no namoro, dificilmente se endireitará em relação mais séria. A maneira fácil como se troca de parceiro, onde o interesse pessoal se sobrepõe até ao interesse superior das crianças - quando existem filhos no casal - que são sempre descartáveis na maioria dos caos, a forma, por vezes, irresponsável como se toma a relação apressada como definitiva para uma vida, vai um pouco em contra ciclo com aquilo que aqui disse. Mas mesmo nos tempos que correm estas situações são mais recorrentes do que se pensa. E é bom não esquecer que a tentativa de controlo do outro é meio caminho andado para a rutura. Porque como diz o povo, 'só fala quem tem que se lhe diga' e normalmente quem tenta controlar tem algo a esconder e não quer que lhe façam o mesmo. Não pretendo ser conselheiro de ninguém, mas à pessoa que me procurou, aqui fica o que penso. Nunca se esqueçam que um casamento tem que ser baseado na responsabilidade e confiança e que esta estratégia saloia de controlo, não passa disso mesmo, uma refinada parvoíce.
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