Turma Formadores Certform 66

Monday, November 14, 2016

Porquê?...

Cerca de vinte e quatro horas após a morte do infeliz animal de que ontem aqui dei notícia, venho pensando no muito que se sofre quem faz da ajuda aos animais a sua demanda. Tanta dor, tanto sofrimento. E quando os anos se vão somando, o nosso vigor e força de enfrentar situações vai amolecendo, torna-se de facto difícil continuar. Continuamos apenas e só porque amamos demais os animais para desistir. Porque se não o fizermos sabemos que eles ficarão a sofrer ainda mais. Mas confesso que começa a ser difícil. E a interrogação que coloco a mim mesmo é a de saber porquê? Porque será que um pobre animal indefeso tem que sofrer tanto? Porque será que sobre eles é exercida tanta violência? Porque será que, quem faz da vida a ajuda presente a estes pobre seres, também tem que sofrer assim? Porquê? Muitos porquês e tão poucas respostas. Talvez porque isso me faz um homem melhor (!?), poderia egoisticamente pensar. (Embora o tempo já vá escasseando para isso). Ontem foi um dia doloroso para mim. Se já venho sentindo algum sofrimento acrescido nesta minha saga em defesa dos animais, fiquei ontem com a certeza que começo a ficar de coração mole, coração envelhecido, aquela disponibilidade para ir em frente sofreu um forte abalo. Penso que os anos vão fazendo o seu percurso e, consequentemente, os seus estragos. Esta luta pelos animais é cansativa e interminável. Sempre que pensamos que ajudamos a resolver, - ou pelo menos minorar -, uma situação, logo mais uma série de outras aparecem. Uma luta sem fim, sem quartel, sem tréguas. Apenas a disponibilidade para ajudar persiste. Embora as forças comecem a ser cada vez menos. Ontem foi uma espécie de dia D. Aquele dia que nos alerta de que algo aconteceu e foi mais forte do que pensávamos, ou apenas, nos mostra que as nossas forças já não são as mesmas. Seja como for a interrogação mantém-se. Porque será que quem faz da ajuda ao próximo, - seja ele pessoa, animal ou natureza -, tem que palmilhar esta estrada de pedras do sofrimento, da incompreensão, da indiferença. Porquê? Esta é a singela interrogação que fica do dia de ontem depois de mais um amigo ter partido. Após muito sofrimento. Sofrimento na vida e atroz sofrimento na morte. Também aqui, porque teve que ser assim? Porquê? Tantos porquês... Até sempre, Companheiro! Descansa em paz!

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