Meu Pai 29 anos depois
Começa um novo ano e o ciclo das minhas efemérides também. Agora trata-se do meu Pai que faz anos hoje que partiu. 29 anos para ser exato. Um homem que partiu ainda cedo - tinha 66 anos - mas que deixou a sua pegada no mundo como todos nós. Um homem que conheceu mundo muito para além do que era expetável nesse tempo. (Talvez seja dele que herdei esta ânsia de ser andarilho, de viajar pelo mundo, que cedo me fez cruzar os cinco continentes. Atividade hoje interrompida porque os animais estão primeiro e nunca deixo nenhum para trás). Mas voltando ao meu Pai, era um homem de condição simples, instrução básica, mas sempre com a certeza de sonhar com horizontes largos - também aqui a similitude com ele é impressionante - que o levou sempre a caminhar um pouco mais à frente do seu tempo. Com certeza que nem sempre olhando o mundo duma maneira clara fruto da sua limitada instrução. Mas a ânsia de progredir estava lá, sempre presente, e a vida acabou por presenteá-lo por isso. 29 anos passaram desde aquela tarde em que fui surpreendido por um telefonema a anunciar o seu passamento. Estava a acabar de almoçar. Já então estava doente mas tinham-nos dado muitas expectativas, talvez demasiadas, talvez mais do que deveriam. Mas foi assim. 29 anos depois, já nada resta a não ser a memória, - esta que aqui vos trago -, e que, como é suez dizer-se, enquanto existir, a pessoa não morre de facto. Talvez seja assim. Quero acreditar que é assim. Espero que lá onde estiver esteja em paz! Também é a minha convicção. Talvez para apaziguar a perda e o consequente vazio. Talvez! Até sempre, meu Pai! (P.S.: Esta foto que vos trago, foi tirada nas Ilhas Canárias, nos anos 60 do século passado, tinha eu cerca de 7 anos).
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