Turma Formadores Certform 66

Friday, June 30, 2017

Um desfazer de equívocos

Soube há dias do sucedido. A gata que anda junto ao abrigo onde vou alimentar o cachorro, voltou a engravidar! Voltou a colocar no mundo mais um grupo de infelizes que seguirão a senda da sua mãe. Vou ao abrigo pelo último cão da matilha. Embora nem sempre o veja, sei que vai lá procurar comida, sozinho ou com um dos seus amigos, duma outra matilha a que se juntou depois da morte da mãe. Esta gata, tal qual um gato ou gata, siamês, por lá aparecem e acabam por participar no repasto. Esta gata que agora teve nova ninhada, já tinha tido, pelo menos uma outra. Ficaram de a castrar e levar os filhos. A captura nunca se deu, por uma razão ou outra, e os filhos foram desaparecendo um após outro. Ainda vi por lá dois ou três, sempre à distância, e depois desapareceram. Habitualmente não trabalho com gatos, não por uma qualquer razão especial, mas tão só, porque eram cães aqueles que precisavam de auxílio quando abracei esta causa. Isso não me impediu de ajudar gatos quando eles apareceram como foi o caso desta gata. Sempre o fiz sem qualquer apoio monetário de ninguém. Aliás nunca viram neste espaço qualquer pedido de ajuda monetário seja para o que for. Apenas aceitava comida. Sempre comprei comida enlatada, patés, até comida confecionada que é preparada em minha casa, para além da muita gasolina que gasto, visto que, como é do conhecimento geral, moro muito afastado do local do abrigo. Nunca quis trazer para este espaço nenhum caso, só que por sugestão de um amigo que me via impotente para alimentar sozinho cerca de 30 cães, publicitei esta situação. Não me arrependo de o ter feito, porque através dela conheci pessoas interessantes que me têm ajudado. Mas por outro lado, também fiquei com a sensação que arranjei um bom par de inimigos. Não me esqueço que a única pessoa que afastei do meu grupo de amigos durante estes anos, teve a ver com esta situação. Mas podem pensar que apoio só este caso de Rio Tinto. Puro engano. Apoio vários outros na zona onde resido e que nunca publicitei porque é no silêncio do gesto que a ajuda é mais eficaz longe da ribalta mediática. Prometi a mim próprio que nunca traria para aqui mais nenhum caso. Este tinha-me ficado de lição. Sempre foi fácil fazer caridade com dinheiro alheio. Não sou contra, desde que o trabalho seja visível, o que nem sempre acontece. E agora não se pode vir junto de pessoas que em nada contribuíram para a situação e dizer que se tem que fazer isto e aquilo e vamos lá ajudar. Não é assim, pelo menos naquilo que é o meu entendimento desta matéria. Se as coisas aconteceram, é lamentável, mas não podem ser culpados terceiros da situação e a título de penalização ter que puxar de mais um euros. Ajudo muitos casos que são da minha responsabilidade e não estou disponível para ajudar mais ninguém. Se alguém fez mal o trabalho de casa, lamento. E lamento sobretudo pelos animais. Mas não queiram assacar responsabilidades a quem não as tem. Eu desconheço o que se está a passar no abrigo. Apenas vou lá aos fins de semana e feriados. Mas se isso também incomoda terceiros posso deixar de ir. Tenho pena pelo Repinhas que vi nascer e gostava de acompanhar até ao fim. Mas se ter que ser deste modo, pois que seja. Não pretendo ser ofensivo com ninguém, mas as coisas são para ser ditas. Desculpem talvez algum exagero de análise, mas estou fragilizado com a situação do meu cachorro, que me trás angustiado. Mas também acho que as pessoas deveriam meter a mão na consciência e refletirem sobre o que fizeram, o que não fizeram e aquilo que deveriam ter feito. Espero ter contribuído para o desfazer de alguns equívocos que por aí andam. E, por favor, não metam tudo no mesmo saco. Como diz aquela outra máxima, somos todos iguais, mas há uns mais iguais do que outros. Espero assim, colocar um ponto final na polémica de que sou alheio, soube por terceiros e vejo-me no epicentro de algo que nem sabia ter acontecido não fosse me ter chegado por interposta pessoa. Para mim é um ponto final.

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