Ainda em torno do Nicolau
Volta a vir a terreiro para falar desse meu grande companheiro de muitos anos que foi o Nicolau. Já muito foi dito, mas sinto sempre que há sempre alguma coisa mais a dizer. Mas hoje quero aqui falar duma curiosidade e não tanto do Nicolau. Cerca de dois anos antes do seu desaparecimento trouxemos para casa uma série de burgos para colocar sobre a sepultura do Nicolau quando ele partisse. Nunca demos demasiada atenção aos seixos com as suas formas as mais variadas. Quando ele morreu fizemos-lhe a sepultura e depois, como já estava previsto, distribuímos sobre ela as referidas pedras. Quando as colocamos vimos que duas delas eram bem diferentes das restantes. Tinham a forma de dois corações. Tentamos ver nas restantes se existiam mais, mas não, apenas aquelas duas apareceram. Pensamos que isso poderia ser uma forma de premonição do grande amor que lhe tínhamos. Um sinal a mitigar a nossa grande dor e terrível sofrimento. Vai daí exatamente no local onde está o seu corpo, colocamos as duas pedras, os dois corações, que lá estão como símbolo do amor profundo por um ser sublime e nobre. Fosse uma indicação do destino, fosse apenas um acaso, para nós é ficou a representar a relação profunda entre humanos e um ser fantástico companheiro de tantos anos e de tantas vivências. Elas lá ficarão como símbolo de amor, do amor maior por todos os animais, de que o Nicolau passou a ser a referência.
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