O paradoxo de Teseu (O barco de Teseu)
Imagine que você tem um barco de madeira… E que à medida em que o tempo passa, você substitue as tábuas que se estragam por tábuas novas, mantendo as tábuas que estiverem boas. Anos depois você acabará substituindo todas as tábuas velhas por tábuas novas. E para você continuará sendo o mesmo barco. Mas… e se você utilizasse essas mesmas tábuas que usaria para substituir as velhas e construísse um novo barco? Ele seria outro barco não seria? E o seu barco original? Ainda será o mesmo depois de tantos anos e todas as tábuas trocadas?
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O mito de Teseu e o paradoxo do seu barco é uma daquelas histórias que não lhe despertou muita atenção na escola. Teseu (ou Teseus) foi um herói mítico grego, considerado como o fundador de Atenas. Como herói grego, Teseu passou por diversas aventuras, encontrando-se com outros personagens da mitologia e com deuses em diversas histórias. O resumo da história a qual o paradoxo faz referência é a seguinte: O Rei Minos, de Creta, tendo sucesso na guerra contra Atenas decretou que de nove em nove anos 14 jovens atenienses deveriam ser enviados até o labirinto do Minotauro – aquela besta de corpo de homem e cabeça de touro – para que fossem devorados pelo mesmo. Partindo para Creta em barcos com velas negras, por duas vezes jovens atenienses foram sacrificados. Na terceira vez, Teseu se voluntaria para ir com a promessa de que iria liquidar o Minotauro e, caso tivesse sucesso, iria voltar à Atenas com velas brancas no barco, anunciando o seu triunfo. Teseu venceu a luta contra o Minotauro e retornou para Atenas com todos os outros 13 jovens. O barco foi guardado e deixado em exibição. O barco foi mantido como relíquia ao longo de séculos e, pouco a pouco, suas partes originais eram substituídas à medida em que iam apodrecendo. No final de vários anos todas as partes do barco original haviam sido trocadas e do barco original que estava em exibição no porto de Atenas não restava um único pedaço. A pergunta que os filósofos se faziam é: esse barco, dado que as partes foram substituídas, se não inteiramente mas pelo menos a maior parte do original, é o verdadeiro? Portanto, quando se fala em barco de Teseu (ou modernamente no navio de Teseu), em filosofia se faz referência à natureza das coisas, das suas essências. Algum paradoxo semelhante na sua vida?
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