Turma Formadores Certform 66

Tuesday, April 07, 2020

Em torno duma pandemia

Estamos a passar tempos de provação como nunca imaginamos. Como já em tempos disse esta é a 'peste negra' do século XXI. Nunca pensamos ver-nos confinados a nossas casas, sem ir para os empregos, sem ir para as escolas, as igrejas vazias em tempo pascal, enfim, um alterar de hábitos que nos deve por a pensar. Todos nós só lemos coisas próximas desta através do livros de História ou dos filmes de ficção. Mas tudo isto é incrivelmente real e parece que não há para onde fugir porque esta pandemia instalou-se a nível global. Mas talvez isso sirva para alguma coisa. Desde logo a purificação da atmosfera eliminando os elevados índices de poluição no mundo. Mas também para alterar hábitos de vida que pensávamos inalterados para sempre. Uma vida que se quer mais saudável, sem aquela demanda desenfreada por acumular sem sentido. O império do dinheiro que se vai ofuscando face à saúde precária que o ser humano ostenta e que relativiza tudo. Afinal ele parece não ser tão importante assim nos nossos dias. Não podemos comprar a saúde com ele, nem adiar a morte. Não podemos afastar um vírus que nos ameaça sem que dele tenhamos sequer uma visão aproximada. Afinal tudo se relativiza porque há coisas mais importantes e estamos agora, fruto das circunstâncias, a aprender isso. Parece que estamos a voltar a uma certa sociedade mais básica, mais nuclear, mais próxima daquela que vivi em menino e moço, mas também, duma sociedade ainda mais ancestral que se perde nos tempos onde o respeito pelo mundo envolvente era palavra de ordem. Um regresso às origens da nossa espécie. Mais frágeis, mas mais puros e solidários. Mais primitivos mas mais transparentes. Mais assustados mas mais empenhados no outro. Talvez esta pandemia seja uma espécie de sinal dum certo mudar de rumo. Como disse à dias atrás, depois disto porque estamos a passar, nunca mais seremos os mesmos. Talvez este seja o lado 'positivo' de tudo isto. Uma espécie de campainha de alerta que nos mostra que está na hora de mudar o caminho que vínhamos trilhando. Talvez... Entretanto, os doentes vão subindo cada vez mais, os mortos vão ampliando as estatísticas, o medo vai-se apoderando de todos nós, a tal raça superior que tudo pretende subjugar à sua volta e que agora não sabe o que fazer. Porque, como diz a canção, 'a morte saiu à rua num dia assim'. E vai faltando a coragem para a enfrentar, para a ultrapassar, para a renegar. Há dias assim!

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