Turma Formadores Certform 66

Monday, March 30, 2020

O lado perverso e positivo dum vírus

Esta pandemia pôs a nu algumas fragilidades e falsas uniões. O que assistimos na União Europeia (UE) é por demais evidente. A desunião dos povos face a um problema comum, - os insultos trocados entre pessoas que deveriam ter um pouco mais de recato -, deixam à evidência que esta UE, ou se reformula rapidamente, ou então caminhará a passos largos para a sua desagregação. Como é do conhecimento geral, sou europeísta, - e até federalista -, e assim sendo vejo com tristeza tudo isto. O projeto de Jean Monet serviu para unir os povos desavindos após o segundo conflito mundial. Esta União - então ainda chamada de CECA e depois CEE - nasceu no seio do conflito, e parece que pretende viver em conflito permanente. Assim se conseguiu evitar um contínuo dilacerar da Europa como vinha acontecendo até aí, e temo que caso ela colapse, voltaremos a uma Europa dividida e agressiva a trucidar-se mutuamente. (O discurso do primeiro ministro holandês é bem exemplo disso). Esta pandemia também nos mostra que, para além da nossa sobranceria como espécie, - uns face aos outros, e nós face aos restantes seres viventes -, não passa duma falácia. Bastou um pequenos vírus, invisível a olho nu, para mostrar a nossa fragilidade. A nossa arrogância esfumou-se face ao medo. Mas também mostrou que o ser dito humano investe milhões em armamento e não é capaz de prover à sua sobrevivência enquanto espécie. Queremos ser o centro do Universo, e o Universo ignora-nos, olha para nós como seres repugnantes e descartáveis. A natureza faz o resto como estamos a ver. Mas este lado mau dum vírus que não escolhe a quem atinge, não deixa de ter o seu lado mais positivo. Desde logo, os níveis de poluição baixaram substancialmente, - e o nosso país não foi exceção, as imagens da NASA corroboram-no -, digamos que estamos de certo modo a assistir a uma limpeza do próprio planeta, o mesmo que tentamos destruir dia após dia. Mas também, não deixou de promover esta relação do ser dito humano com o transcendente, que faz lembrar os idos da pesta negra. Na passada sexta feira assistimos ao Papa Francisco a rezar pela Humanidade numa praça vazia. O simbolismo não me escapou. (Será aquele que se diz ser o terceiro mistério de Fátima? O Papa só e em sofrimento a caminhar por entre montes de cadáveres?) Esta é a era do Apocalipse em que estamos a viver como sabem. Talvez este seja o sinal dos tempos, basta ler o referido livro. (Já Nostradamus fazia referência a tudo isto!) Mas Apocalipse também significa Revelação. Talvez seja altura de ser revelada à Humanidade aquilo que ela esqueceu ou simplesmente ignorou. Como gosto de dizer, este pode ser o tempo do que o esteve oculto seja finalmente revelado. Como em tudo na vida é da luta de contrário que se faz a evolução. Todo o positivo atrai o negativo e vice-versa. Talvez tenha chegado essa hora.

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