À memória de Federico García Lorca
Este é mais um aniversário (triste) em que se comemora o assassinato do maior poeta do século XX, Federico García Lorca. Neste dia do ano de 1936 ele foi assassinado pelas forças fascistas de Franco que o enterraram na berma de uma estrada depois de ter sido preso no dia anterior na casa de um amigo. Tinha então 38 anos. Mas como é normal nestas coisas, dos algozes ninguém se lembra e Lorca imortalizou-se. Os seus assassinos foram atirados para a retrete (e não sanita) da História, que depois se encarregou de descarregar o autoclismo. Essa é sempre a ironia da História que guarda estes lugares insalubres para esta gentalha. (E quanta ironia a História tem demonstrado ao longo dos tempos). Mas a cultura não se apaga por um punhado de ignóbeis assassinos cujo cheiro de morte é o único perfume que usam. No fim a cultura sempre triunfa, como foi mais uma vez o caso. Neste dia de memória (triste) deixo aqui aquele que poderia ter sido o seu epitáfio, no poema 'E Depois': «Os labirintos/Que cria o tempo/Desvanecem-se/(Só resta/o deserto)/O coração/Fonte do desejo/Desvanece-se/(Só resta/o deserto)/A ilusão da aurora/E os beijos/Desvanecem-se/Só resta/O deserto/Um ondulado/Deserto». Descansa em paz, Federico!
0 Comments:
Post a Comment
<< Home