Em torno da memória da Paula Maia
Este tem sido um tempo de reflexão desde que a Paula Maia nos deixou. Da fragilidade da vida até ao determinismo da mesma, tudo isso me tem ocupado a mente. Todos sabemos que a vida é um palco e que mais cedo ou mais tarde saímos de cena para dar lugar a outro. Sabemos que é assim mas nunca estamos preparados para essa hora derradeira. Mas hoje quero falar-vos duma curiosidade que muitas vezes foi comentada por mim e pela Paula. Sem sabermos tínhamos um amigo comum que foi importante nas nossas vidas. Trata-se da figura veneranda do abade Ramiro Ferreira já desaparecido. O abade Ramiro foi pároco no Mosteiro de Águas Santas. Um mosteiro histórico que pertenceu à Ordem de Cristo. Foi o abade Ramiro que celebrou o meu casamento e que veio a tornar-se amigo da família e a frequentar a minha casa. Um belo dia falei à Paula sobre ele e ela logo que me disse que o conhecia bem, desde criança. Era também amigo da sua família, sobretudo do seu pai, e que até costumava chamar-lhe carinhosamente de 'Maiainha'. Depois foi um desfilar de estórias de parte a parte em torno do velho abade. Tínhamos um velho amigo em comum e que só o soubemos por um daqueles acasos que a vida nos proporciona. Hoje já ambos no percorrem a estrada da luz. Talvez até se tenham encontrado, quem sabe. De tudo isto fica apenas a memória, das pessoas, das conversas, enfim, do desiderato da vida.
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