António Guerreiro - O acento agudo do presente

Trago-vos aqui um livro muito interessante chamado "O acento agudo do presente" da autoria de António Guerreiro. Neste ensaio, trata-se de temas que têm a ver com a bio-política, a política da vida, tendo como centro o ser humano. A bio-política é algo que atravessa transversalmente a nossa vida sem que disso nos apercebamos. Veja-se os últimos temas que têm alimentado as polémicas no nosso país, como o caso da saúde, e mais recentemente, a proibição de fumar em determinados locais. Aqui estão questões que têm a ver com a bio-política, com a vida e tendo o ser humano no centro das preocupações. Contudo, o findo século XX, não foi disso um exemplo, embora em nome da vida se foram construindo os campos de concentração nazis, de que ficou como paradigma o tristemente célebre Auschwitz, que ainda hoje pode ser visitado. O mesmo aconteceu com o soviético Goulag que Alexander Solhenitsyn tão bem documentou no seu livro "O arquipélago de Goulag". Mas não nos iludamos, o século XXI também não vai melhor, veja-se a polémica em torno do americaníssimo Guantanamo. Ficamos com a sensação, de que afinal, a cultura vigente tem sido mais duma tanato-política, uma política da morte, embora camuflada como sendo do interesse do ser humano. Mas acreditemos que as coisas vão mudando com o tempo, e que a mentalidade também vai evoluindo, e que a política da vida será sempre a determinante, quanto mais não seja para podermos continuar a habitar este planeta.