Manuel Pinho vítima de político comunista
Manuel Pinho o ex-ministro da Economia do nosso governo, foi ontem vítima de si próprio e dos políticos. Não pretendo aqui fazer a defesa do gesto que foi produzido na AR, é por demais grosseiro e irreflectido. Mas compreendo o que estava a sentir Manuel Pinho perante as piadas de mau gosto que são habituais no líder da bancada comunista, que tocam por vezes a raia da má educação, tentando depois passar por vítma, como virgem ofendida em bordel. Todos o poderão constatar, nomeadamente aqueles que, como eu, seguem de perto a política portuguesa. Mas como compreendo o ex-ministro. Em nota anterior, tinha escrito que nunca pensaria em voltar à área pública, em lugar de confiança política. Tive um lugar desses, e sei o que se passa nos "tentaderos", a sujeira que se faz, a devassa intencional, enfim, um cortejo de situações que, como ontem Manuel Pinho afirmava, "estão a afastar os jovens da política, e com isso perde a democracia e o país". Não é fácil ser-se criticado, injuriado, devassado apenas porque se tem um cargo, mas a política tem destas coisas, é preciso é conhecê-la por dentro. Manuel Pinho foi um ministro discreto, mas eficiente. É certo que cometeu algumas "gaffes", fruto da sua inesperiência política, como o próprio reconhece, mas um ministro trabalhador e empenhado em ajudar as empresas e os trabalhadores a manterem os seus postos de trabalho. É sintomático como, ainda ontem, alguns representantes das empresas falaram sobre Manuel Pinho, aqueles que de facto o conheceram, que privaram com ele, em momentos de grande dificuldade e tensão, mas que agora reconhecem o quanto ele fez e o legado que deixou, nomeadamente nas energias renováveis. As gerações futuras irão colher muito daquilo que ele deixou, por ventura, nem saberão quem foi Manuel Pinho, ou que foi ele que criou as condições para isso, mas a obra ficará. Mas o mais sintomático do que é a política e da sujeira que por trás dos bastidores existe, é aquilo que todos poderão ver esta noite , dia 3 de Julho de 2009, na SIC Notícias no seu programa "Quadratura do Círculo". Aqueles que tanto o contestaram ao longo de quatro anos e meio, figuras gradas da oposição, afirmarão hoje, nesse programa, que de facto, Manuel Pinho foi um homem esforçado e trabalhador, talvez dos melhores dentro do actual governo. Isto é a sujeira da política, vejam o que aconteceu com o ex-ministro da Saúde, Correia de Campos, que tanto foi contestado, que deixou uma grande obra, e que foi substituído com menos qualidade, seguindo a mesma política e nada acontece. O que prova que não são as políticas que dividem, são as pessoas. Estes golpes baixos estão a fazer carreira na nossa democracia, esperemos que não venha a acontecer o mesmo que aconteceu na I República. As sondagens hoje divulgadas sobre o que acham os portugueses da democracia dão um sinal preocupante, a maioria das pessoas estão a ficar fartas da democracia e isso é perigoso. Embora o que está mal não é a democracia mas os políticos de baixo nível que temos. Quem viu a AR eleita em 1976 e esta, sabe do que estou a falar. Estou solidário com Manuel Pinho, porque sei o que se sofre nestas situações, ele que nem era um político profissional, que nunca foi aceite pelo próprio PS, mas que trabalhou denudadamente para que fosse possível salvar mais um posto de trabalho. Queria recordar Manuel Pinho não pela foto que ontem correu mundo, mas por aquela que reproduzo dum homem de parte inteira.
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