Turma Formadores Certform 66

Wednesday, May 04, 2011

Beato João Paulo II



No domingo passado assistismos à beatificação de João Paulo II, o Papa do eterno sorriso, o Papa peregrino que, segundo alguns, nos ensinou a rezar. Quando foi eleito, era mais um Papa, este vindo da longínqua Polónia, quebrando-se uma tradição secular dos Papas italianos. Mas em pouco tempo, João Paulo II tornar-se-ia numa das figuras mais carismáticas do século XX. Tive a oportunidade - porque não dizer, o previlégio - de o ver no Porto quando protagonisou a sua primeira visita a Portugal. O fascínio daquele homem era enorme, e nunca mais seríamos os mesmos depois de estar com ele. Anos mais tarde, estava em Roma e decide ir visitar o Vaticano, - e a sua magnífica biblioteca - com a possibilidade de o voltar a ver - desta feita duma forma mais intimista - que pessoas amigas me iriam facilitar. Quis o destino que, no dia em que cheguei a Roma, João Paulo II tivesse partido para Castelgaldolfo, tendo-se assim, gorado a possibilidade de me cruzar com ele de novo. Nunca mais nos viríamos a cruzar, apenas pelas imagens da televisão, que eram um pobre sucedâneo e, para além disso, de sentido unívoco. Mais tarde, assisti às suas exéquias fúnebres, que muito me tocaram e, nessa altura, pela primeira vez, se ouviu o grito uníssono de "santo subito" gritado pela multidão na Praça de S. Pedro. É caso para dizer, "vox populi, vox Dei". No domingo passado realizou-se o penúltimo passo para a canonização, isto é, verificou-se a beatificação, dum dos homens mais notáveis do século passado. Curiosamente, verificou-se algo que já não se verificava à muitos séculos, que foi vermos um Papa ser beatificado pelo seu sucessor. Era dia 1 de Maio, simultâneamente, o Dia da Mãe. Que coincidência incrível, ele, um devoto de Virgem Maria, um cultor mariano, grande devoto da N. S. de Fátima, ser beatificado no dia da Mãe. Até por isso, me tocou profundamente. Ele que nunca teve uma vida fácil - basta lembrar o que era a Polónia nessa época em que ele foi eleito Papa - aparece agora como uma espécie de esperança para um mundo desabrido, sem ética ou moral, onde os valores já não passam de letra morta. Mas, talvez por isso, ele nos aparece como um farol, uma luz indicando um rumo, a todos nós. Crentes ou não crentes, católicos ou não-católicos, todos irmanados num sentimento comum em torno deste Papa ecuménico, onde a barreira do culto, ou a falta dele, nunca foram um impedimento para uma saudação, um perdão, uma benção. Quero recordá-lo com aquele ar sorridente, um pouco "traquina", um ar interpelador ao mundo dos nossos dias e que tão bem ilustrado fica com a imagem anexa. Resta dizer que a beatificação coincidiu com o dia da Divina Misericórdia - tão caro a João Paulo II - que por ele foi criado, como último gesto antes da sua morte. O dia consagrado ao beato João Paulo II será o 22 de Outubro do nosso calendário.

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