Equivocos da democracia portuguesa - 118
A confusão no governo já começou, embora com a aparente normalidade para o exterior. Primeiro foi o desconforto pela não nomeação de Bernardo Bairrão, ao que parece com a "mão marota" de Manuela Moura Guedes e José Eduardo Moniz, depois a renúncia já esperada de Fernando Nobre ao lugar de deputado, com o problema que veio causar, não só ao PM, mas sobretudo, à AR, que se sente menorizada pelo gesto. Agora são as declarações do Prof. Santana Castilho - o homem que escreveu o programa do PSD para a educação - que diz de pouco vale a palavra de um político, referindo-se a Passos Coelho, porque segundo o próprio, "disse que não ia aumentar impostos na campanha eleitoral para logo tomar como medida primeira o seu aumento, assim que chegou a PM; dizia que não sabia nada do PEC 4 - que viria a chumbar e a derrubar o governo, mergulhando o país numa grande crise política - para depois se vir a saber que até o tinha discutido com José Sócrates; agora prepara-se para manter a avaliação dos professores, quando antes dizia que a iria suspender, até tendo, para o efeito, reunido com as associações da classe", concluindo Santana Carrilho, que "isto diz bem do que vale a palavra dum político". Mas vai mais longe quando afirma "é preciso substituir a porca política pela competência técnica". Mas os equívocos não ficam por aqui. Como parece ser uma evidência, quem trabalha a recibo verde também tem que pagar o "imposto extraordinário" embora não receba 13º mês!!! Para além disto, muitos juristas ligados ao PSD dizem que a medida em si é inconstitucional. Depois foi António Arnault - o "pai" do SNS - que vem dizer, e bem, que "o plano de prestações garantidas é inconstituicional e que põe em causa o próprio SNS". Agora são as parcerias público-privadas (PPP) que o governo quer renegociar. A pessoa que foi encarregue de fazer o estudo foi o Secretário de Estado Sérgio Monteiro que foi a mesma pessoa que fez o estudo para a sua implementação e que foi uma nomeação do... PS!!! É preciso lembrar que quem começou a sua utilização foi Cavaco Silva, depois continuado por António Guterres. O "rei da Madeira", - Alberto João - lá vai pactuando com aqueles que, como ele, vão defendendo a independência do rochedo, prevenindo que Passos Coelho não toque nos seus privilégios. Neste emaranhado de confusões em que parece estar enredado o governo, o país lá continua, cantando e rindo, como se nada se passasse, com férias garantidas, hotéis cheios, enfim, Portugal no seu melhor. Só lá para Setembro, quando se voltar ao trabalho em pleno, - caso este ainda exista -, é que vamos ter a noção da dura realidade. Até lá, vamos gozando o sol que é apanágio deste país e que, por enquanto, ainda não paga imposto.
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