Turma Formadores Certform 66

Monday, June 18, 2012

Equivocos da democracia portuguesa - 187

A Europa continua na encruzilhada. Se ontem em França se confirmou a viragem à esquerda que tinha acontecido com a chegada ao Eliseu de Hollande, na Grécia tudo parece mais do mesmo. Um país dividido entre quem apoia e quem é contra a austeridade. Se a Nova Democracia ganhou, esta não tem a força suficiente para implementar aquilo que terá, inevitavelmente, de fazer. O Pasok diz que concorda com um governo de salvação nacional mas só se o Syriza também lá estiver. Este já disse que vai para a oposição. A posição do Pasok é compreensível, para não deixar a oposição às medidas difíceis que terão que aplicar nas mão da esquerda radical. Mas esta situação compagina um país ingovernável, cortado a meio, sem rumo. Se a Europa respirou fundo ontem com o resultado eleitoral grego, não o puderá fazer por muito mais tempo. Porque parece que tudo mudou para que tudo continue como antes. Uma situação embrulhada onde ainda não se percebe o que irá acontecer num futuro próximo. O empobrecimento generalizado dos gregos não dá sinais de abrandar e, não será assim, que se conquistam as populações para os sacrifícios que vêm por aí. E a "troika" já foi muito clara sobre a continuação do ajustamento, leia-se depauperação, da Grécia. Por cá, as coisas embora mais pacíficas, não deixam de ter o seu impacto numa população que, também aqui, começa a estar farta de tudo isto, sem que veja que os seus sacrifícios valham alguma coisa. Basta ver os resultados da última sondagem para se perceber do que falamos. E as notícias não são as melhores. O resgate espanhol da banca poderá não ficar por aí, e seguramente não ficará, o que adensa as núvens no horizonte e não tranquiliza os mercados. E o que se passa em Espanha tem logo repercursões entre nós, visto Espanha ser o nosso principal mercado. Mas o ataque que começa a desenhar-se à Itália - que parece ser o seguinte - não indicia nada de bom. Numa Europa cada vez mais esfrangalhada, resultado das políticas ultraliberais que têm assolado a UE, o governo português - também ele ultraliberal - ainda teve que se confrontar com o anúncio duma moção de censura ao governo por parte do PCP. Ela será inconsequente face à maioria parlamentar de que o governo dispõe, - parece até que o principal visado será o PS - mas seja lá como for, o sinal está dado. É a política da água mole em pedra dura... que um dia há-de furar, porque as populações não podem continuar a ser esmagadas com as medidas que lhe estão a ser impostas, sem que nada lhes seja dada em troca. Nem sequer a esperança de que os seus sacrifícios vão servir para algo, somando-se austeridade sobre austeridade, numa espiral recessiva de empobrecimento nunca por cá vista onde o desemprego é o principal flagelo e factor de perturbação social a que devemos estar muito atentos. E aqui também não se vê nada que dê a indicação de que existe alguma estratégia para o contrariar. Até lá à que aguardar. Um dia haverá uma resposta para estas políticas de empobrecimento... um dia!...

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