Turma Formadores Certform 66

Monday, May 06, 2013

Equivocos da democracia portuguesa - 252


Depois de ouvirmos Passos Coelho e Paulo Portas ficamos com a firme convicção de que este governo já não existe. Há quem diga que temos agora dois pequenos governos. Achamos que não. Simplesmente este governo é um cadáver adiado que se espraia por medidas avulsas em que já ninguém acredita, nem sequer os parceiros de coligação. E quando ouvimos o primeiro-ministro dizer que com ele "não haverá mais pântano", a realidade acabou por desmenti-lo, como vem acontecendo desde há dois anos a esta parte, porque se não é um "pântano" aquilo a que assistimos, afinal o que é? Passados dois anos, depois do empobrecimento do país e dos portugueses, da destruição de algumas das suas conquistas que Abril nos trouxe, depois de muito do património vendido a preço de saldo, sem pudor e sem critério, apenas com o intuito economicista por base de negociação, este executivo tornou este país num molho cada vez mais denso de problemas, onde o desemprego campeia, onde a classe média praticamente já não existe, onde os jovens emigram por já não terem esperança. Quando se pensava que a economia iria crescer ninguém viu nada, onde o défice ia diminuir não demos por isso, antes pelo contrário, que a dívida iria começar a inverter, mais uma vez nada se verificou, que os impostos iam diminuir, uma falsidade, que o desemprego iria travar, desenganem-se os que tal esperavam. Aliás, o governo tem sido um dos maiores desempregadores (!) em Portugal, e se dúvidas ainda existissem, bastava ouvir aquilo que o primeiro-ministro disse sobre a possibilidade de saída de trinta mil funcionários públicos! Afinal que política é esta que desemprega para pagar mais subsídios, para aniquilar mais as populações? Que política é esta que não poupa sequer os reformados e pensionistas, elo mais franco da cadeia, porque já nem força têm, nem mercado, para esboçar uma possível reação. A quem serve afinal o governo, o seu país ou interesses ultramontanos que não foram devidamente explicados, talvez porque tal não seria de todo conveniente. Quando na nossa História se falava dos regime dos Filipes que governaram Portugal, sabia-se que o interesse era empobrecer Portugal e enriquecer a Espanha. Mas agora, que temos um governo que se comporta como esse, que interesses defende. Que Portugal está a empobrecer penso que já é claro para todos. Mas a quem serve esse empobrecimento, para onde estão a ser transferidos esses fluxos que faltam à nossa economia, em nome de quem e para quem se está a governar? Questões incómodas que cada vez mais se vão perfilando no nosso pensamento, e que incomodam porque no fundo é do nosso futuro coletivo que se está a falar.

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