Turma Formadores Certform 66

Thursday, May 02, 2013

Equivocos da democracia portuguesa - 250

Muito se tem falado de "swaps" dando a ideia de que são produtos tóxicos ou especulativos. Se assim é, e depois de vários secretários de Estado terem sido apanhados nas suas malhas, é de perguntar porque Maria Luís Albuquerque passou incólume, depois de também os ter feito quando era diretora financeira da Refer? Todos sabemos da sua importância dentro do ministério das finanças e pensamos que isso foi determinante para neste caso haver dois pesos e duas medidas. Contudo, e contrariando a corrente dominante que se perfila no horizonte, somos da opinião de que estes produtos não são tão aziagos assim, tudo dependendo da maneira como são utilizados, afinal, como em tudo na vida. À que esclarecer que os "swaps" em conjunto com outros produtos como os "forwards", as "call options", os mercados de futuros, etc., fazem partem dum todo a que se chama de produtos derivados. O caso dos "swaps", que é aquele que aqui nos trás, cumpre informar que têm como função acautelar o risco duma empresa em determinado contexto dentro daquilo que se chama, no jargão económico, "edgging strategy". Assim, é preciso analisar o tempo histórico em que estes produtos foram feitos, porque quando as empresas deles lucraram nada se disse, e agora que a situação se alterou, já passam a ser "produtos tóxicos"!!! Estes produtos são bons para salvaguardar e fixar uma determinada taxa de juro em determinado momento, sobretudo, em épocas de estabilidade cambial, onde a evolução cambial é previsível com um grande sentido de certeza, sempre ressalvando o justo valor (fair value). Quando se executam em alturas de forte instabilidade, como é a situação atual, estes produtos tornam-se voláteis e, por vezes, podem dar a ideia de que se está a especular, quando na realidade se está a tentar salvaguardar algo que, por vezes, não é fácil de conseguir. Na atual conjuntura, operações deste tipo não são aconselháveis, mas em situações de maior estabilidade somos do que as defendemos sem reservas. Ao longo da nossa atividade profissional já por muitas vezes recorremos a este e outros produtos ditos derivados com o maior sucesso em que ambas as partes não deixaram de ganhar a sua margem. Por isso, não percebemos o alarido feito em torno desta questão, motivado essencialmente, por questões políticas. Mas se temos reservas sobre o muito que se tem dito, achamos inacreditável afirmações feitas por muitos economistas que, seguramente, deveriam ter uma perspetiva bem mais avisada do que o comum dos cidadãos. Daí o acharmos que se deve não questionar estes produtos, que são utilizados à muitos e muitos anos pelos economistas, mas sim o tempo em que foram feitos, a sua conjuntura e motivação. Só depois se deverá fazer um juízo definitivo e não meter tudo num saco onde, de todo, nem tudo cabe, nem tudo tem lugar.

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