Turma Formadores Certform 66

Friday, May 03, 2013

Equivocos da democracia portuguesa - 251

A política desastrosa deste governo tem dividido as opiniões mesmo entre pessoas que se identificam com os partidos da maioria para já não falar doutras que não se identificam tanto com eles. Um dos casos mais notáveis é o da Prof. Manuela Arcanjo que em entrevista à RTP1 (360º) na terça-feira passada não deixou de dizer o que lhe ia na alma sem tergirvações e com a frontalidade que todos lhe reconhecemos. Tudo se passou em torno do DEO (Documento de Estratégia Orçamental) - um outro nome para um mesmo documento que antes se designava por PEC (Pacto de Estabilidade e Crescimento) - que tanta polémica deu num passado recente. Cumpre afirmar que o DEO é um documento que encerra em si a estratégia do governo para o curto e médio prazo que é analisado em Bruxelas, do mesmo modo que os PEC's que Portugal não está obrigado a entregar por estar sob um programa de assistência. Neste documento pode-se ler a páginas tantas que em 2017 o desemprego se situará em 16,7%! Desde logo a pergunta: afinal para quê tantos sacrifícios para que mesmo daqui a 4 anos tenhamos um exército de desempregados? Que estratégia para o crescimento? O que se pode inferir do documento é um conjunto de banalidades duma tibieza confrangedora que mostra à saciedade que não existe estratégia para o crescimento da economia por mais que o ministro da pasta apresente projetos que depois esbarram em Vítor Gaspar. Manuela Arcanjo não deixou de dizer que, ao contrário daquilo que lá se diz e que é nada, porque não ir direto ao assunto e analisar as PPP's, as rendas excessivas, os "lobbies" da banca, a economia paralela, a fuga fiscal. Na linha de Bagão Félix que anteontem se debruçou sobre estes temas (SIC) parece que aqueles que deveriam ser penalizados continuam a ficar de fora, se não mesmo, protegidos. Daí que Manuela Arcanjo não deixe de dizer que o ministro das finanças não é um homem corajoso porque não foi capaz de enfrentar estes "lobbies" como ela o teria feito em idêntica situação. Mas Manuela Arcanjo vai mais longe quando afirma que "este é o ministro do défice" (referindo-se a Gaspar) e continua " a ele não interessa a economia nem as pessoas". E foi ainda mais longe quando afirmou: "Vítor Gaspar gosta muito de falar em 'papers'. Espero que ele publique um com o título 'Como destruí um país' ". Assim, sem meias palavras, Manuela Arcanjo disse tudo aquilo que já pensávamos há muito e que já aqui por diversas vezes defendemos. E não deixou de dizer ainda que "assim, a economia não vai recuperar". Esta afirmação que subscrevemos pensamos que começa a ser evidente para todos até para os não iniciados nestas coisas da economia e da finança. O ser elogiado lá fora não chega porque cá dentro é insultado pelas pessoas que diariamente vêm os seus rendimentos diminuídos, a sua vida destruída, túnel a seguir a túnel sem que dele se vislumbre nenhum raio de luz, da luz da esperança que todos andamos necessitados.

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