Turma Formadores Certform 66

Wednesday, May 15, 2013

Equivocos da democracia portuguesa - 255


Soubesse hoje que a economia alemã está perto da estagnação – cresceu apenas 0,1%! Também há poucos minutos tivemos conhecimento que a economia francesa entrou em recessão, após o segundo trimestre consecutivo com crescimento negativo! Isto é muito significativo. Isto quer dizer que o coração da Europa começa a ser atingido pelas ondas de choque que a crise está a ter nos países periféricos, nomeadamente em Portugal. Afinal, a Europa mais a norte olhada como o motor da UE está a colapsar. Já aqui tínhamos defendido que os efeitos colaterais da crise em alguns países, tais como, Portugal, Irlanda, Grécia e Chipre, que estão sob programas de assistência, mas também economias com maior dimensão como a Espanha e a Itália, que embora não estejam sob assistência, estão a passar por situações idênticas, senão mais gravosas, do que a nossa. Agora vemos que os motores desta União nem sempre tão unida assim, como sejam a França e a Alemanha, estão também a caminhar no mesmo sentido. Uma Europa que se desfaz aos pedaços, onde a senda ultraliberal a colocou sem apelo nem agravo. E por cá, que provamos do mesmo fel europeu que a dita “crise” materializou, apenas vimos um Presidente da República a dizer aos portugueses que o fecho da 7ª avaliação da “troika” se deve a “um milagre de Fátima”! Parece que para Cavaco só um milagre nos salva desta situação em que nos encontramos. Será que só uma intervenção mais ou menos esotérica será a nossa redenção? Os portugueses já se vêm como S. Sebastião crivado de flechas e exangue; o país como Jesus Cristo, que nem a Mãe nem a Virgem o salvaram da morte; e ainda falta falar de Judas, mas quanto a esse não nos vamos alongar, deixando aos que leem estas linhas, o imaginar de quem poderia encarnar tal personagem. Talvez depois de tudo isto, possamos admitir que afinal Cavaco – ou melhor a primeira dama – poderá não deixar de ter razão.

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