Equivocos da democracia portuguesa - 254
Mais uma semana de equívocos e de refinadas mentiras. Depois de Paulo Portas ter vindo a terreiro num discurso dramático a definir uma linha sobre a qual não poderia aceitar que as reformas e as pensões fossem atingidas pelos cortes a esmo de Gaspar, - o tal "cisma grisalho" - ficamos ontem a saber que afinal a linha de que falava o líder do PP, era tão só a linha que dividia a verdade da mentira. E ele passou-a, perdendo toda a moral para falar em nome do que quer que seja. Paulo Portas desceu ao nível duma sarjeta onde já muitos estão, mostrando que afinal e ao contrário do que diz, em política vale mesmo tudo. Se Passos Coelho já há muito desiludiu os portugueses, sobretudo aqueles que nele votaram, agora Paulo Portas segue a mesma senda de descrédito. Descrédito não só para ele - que seria o menos -, mas sobretudo, o descrédito para as instituições e em última análise para o regime - que é incomensuralvemente mais grave. Se havia quem pensasse que tínhamos dois governo: um governo bom e um governo mau, ficamos agora a saber, se dúvidas ouvesse que afinal ele é todo mau e nada nele se aproveita. Governo sem sensibilidade social, sem critério, sem vergonha, e agora, um governo de mentira dirigido por mentirosos compulsivos. Quando se vai atingir aqueles que já não têm capacidade de resposta, como são os reformados e pensionistas, já pouco há a esperar do desaforo dum governo que apesar destes e doutras medidas, não conseguiu sair do atoleiro em que chafurda vai para dois anos, transformando a política e o regime - o que é mais perigoso - num pântano nunca visto em terras lusas. Gaspar cada vez mais perto de ir para a Europa, (como aqui já dissemos muitas vezes), já não se importa com o rasto de destruição que vai deixar, quanto aos outros nem há palavras para os qualificar. Depois de tudo o que temos sofrido que resta? Um desemprego que bate recordes todos os dias, uma dívida cada vez mais impagável, um défice sem controlo. Um rasto de destruição dum país, dum povo, que confiou no canto de sereia que um dia lhes entoaram. E isso também diz bem da qualidade do nosso eleitorado. Depois de quase 40 anos de democracia esperava-se que os eleitores olhassem para a política duma forma bem diferente daquela que olham para um qualquer clube de futebol. Apesar de tudo, não sabemos se aprenderam ou não com os erros, mas caso tal não se tenha verificado, então estamos perante um problema mais sério de cultura política. Afinal somos o que somos, um país inculto e sem perspetiva. Estamos perante dois governos desagregados e o Presidente da República que temos também não indicia algo de diferente. Ao fim e ao cabo tudo se resume a uns políticos de mentira, que falam mentira, num país de mentira!
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