Turma Formadores Certform 66

Thursday, December 12, 2013

Nadir Afonso a morte aos 93 anos

Ontem foi um dia de contrastes. Um dia de regozijo pelo 105º aniversário de Manoel de Oliveira, que aqui fizemos eco, mas também um dia de tristeza pela morte dum grande artista como foi Nadir Afonso. Nadir Afonso Rodrigues foi arquiteto, mas também pintor e pensador que nasceu em Chaves a 4 de Dezembro de 1920, e que ontem, dia 11 de Dezembro viria a falecer com 93 anos de idade. Este grande artista português trabalhou com Le Corbusier e Oscar Niemeyer. Viveu em Paris e no Rio de Janeiro, um verdadeiro cosmopolita num período em que Portugal era uma pequena aldeia onde campeava o analfabetismo. Cursou arquitetura na Escola de Belas-Artes do Porto. Era considerado o mestre da abstração, um modernista que fazia a apologia do geometrismo abstrato. Hoje, a quando do seu desaparecimento, muito se fala dele e da sua obra, até pela boca de muitos que nunca lhe prestaram nenhuma atenção. Afinal a natureza humana é assim mesmo. Mas o importante é o homem e a sua obra e essa não pode ser ignorada. Como ele gostava de dizer, "a maioria das pessoas não se interessa nada pelo que eu faço". É sempre assim, mas a obra e o mestre que a concebeu perdurará no tempo, enquanto a memória das gentes comuns desaparecerá num ápice. É esta a grandeza da arte e da cultura em contraponto com aquilo que de mais mesquinho existe na humanidade. Nadir é o termo hebraico para "raro", e ele de fato, o foi, porque não é todos os dias que nos cruzamos com homens desta dimensão, sobretudo num país pequeno como o nosso, onde o ser artista é uma aventura incomensurável. Nadir Afonso deixou-nos uma obra vasta reconhecida em Portugal e no estrangeiro pelo seu pioneirismo e originalidade. O homem parte a obra fica para ser apreciada pelas gerações futuras. Nadir Afonso estava internado no Hospital de Cascais onde veio a falecer. Com ele faleceu um dos últimos, senão o último, artista modernista português, quando o tempo e o espaço nunca o faria supor. Descansa em paz, Nadir Afonso!

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