Mensagem de Pedro Abrunhosa na dia da morte de Nelson Mandela
Não resisti a transcrever a mensagem que ontem Pedro Abrunhosa escreveu na sua página oficial no facebook, sobre a morte de Nelson Mandela. Pela sua importância e profundidade transcrevo-a aqui na íntegra: " ' O Tempo que temos é finito. Eterna apenas a Obra que deixarmos: vivemos, pensámos, agimos. Eis a nossa marca. A Vida não deve ser, em nenhuma circunstância, um acto impassível de contemplação perante o fatal rodar dos ponteiros, mas uma permanente revolta interior de busca por uma existência mais digna, para nós e para todos. Há Homens que nunca se deixam dominar, que não se subjugam à falsa inevitabilidade do destino dedicando todas as suas energias a mudá-lo. Durante a tentativa, alguns conseguem-no, arrastando toda a Humanidade na sua peugada, na sua difícil dialéctica de cavalgar os dias. Contudo, tentar, é já uma forma maior de se fazer prova de vida, de mudança, de futuro, de inconformidade. E essas são as características que nos separam de todas as espécies existentes: o destino do Homem não é ser escravo. É libertar-se Nelson Mandela é um exemplo que moldará para sempre a maneira como se escreverá a História do Mundo. Quando injustiçado, lutou. Quando preso, resistiu. Quando eleito Presidente da Republica, perdoou. E aos que durante décadas o torturaram, humilharam e privaram da liberdade, mostrou, como só os magnânimos sabem fazer, que os inimigos apenas duram o tempo que lhes concedermos, e ao terem agido por ignorância, isso não faz deles maus, mas homens. E assim, Mandela venceu. Por nós, tinha que vencer. Hoje, findo o tempo da sua existência terrena, acredito que se tornará poeira a sua matéria, e Infinito o infinito legado que deixa à Humanidade. Vives em mim. Viverás assim em tantos e tantos mais. Obrigado, Madiba!' Pedro Abrunhosa. " Estas são duas figuras que muito aprecio. A de Pedro Abrunhosa pela sua arte, pela sua escrita, pela sua música, pela sua cultura. A de Nelson Mandela pela admiração e espanto que sempre nos causa - a qualquer um - um homem, desta dimensão humana, desta grandeza, que os reduz a todos (pobres mortais) à insignificância das coisas menores. “O importante não é as vezes que caímos, mas sim, a maneira
como nos reerguemos”, disse Nelson Mandela citando Buda. Há homens assim. Outros
não têm a mesma força. Porque caíram demasiadas vezes, têm medo de se erguerem
de novo porque receiam uma nova queda. Por isso, nos devemos curvar à memória
de homens que têm esta força interior, que são donos do seu destino, que moldam
a vida à sua dimensão. Mandela foi um desses homens. Homens que reduzem os
outros à sua ínfima dimensão. Quem se lembra dos seus algozes? Quem sabe os
seus nomes? Mandela exclui-os para o lixo da História. Mandela quebrou as
grilhetas que outros homens lhe colocaram. Agora, quebrou as amarras que a vida
ainda mantinha. Mandela hoje já é da eternidade. Descansa em paz, Nelson Mandela! E parabéns Pedro Abrunhosa por nos lembrares isso mesmo com as tuas palavras.
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