Turma Formadores Certform 66

Tuesday, July 08, 2014

Vergonha? O que é isso?

Depois do triste espetáculo que foi a nossa passagem pelo mundial do Brasil, todos esperávamos que os jogadores, sobretudo aqueles que mais são o símbolo da seleção tivessem algum recato. Depois de tanta humilhação, qualquer um de nós, talvez tivesse vergonha de sair à rua. Mas estes rapazes não sabem o que é isso. Desde que o dinheiro lhes caia na conta, as mulheres circulem em seu torno e os copos proliferem com abundância, para quê preocuparem-se com isso de vergonha. Tudo isto a propósito das férias milionárias do capitão da seleção. Todos temos direito a férias e ao nosso descanso mas quando isso passa pela ostentação que humilha os portugueses em geral que passam por enormes dificuldades, vai uma grande distância. Ilha privada, iate de luxo, amigos e família em redor. Porque não? Entendíamos isso mas no recato, sem ostentação depois de terem passeado a sua incompetência aos olhos de uns milhões em todo o mundo com dinheiro de todos nós. Mas deste rapaz tudo é de esperar. Será que ainda se lembram da sua chegada ao estágio da seleção, à alguns anos, de helicóptero! Talvez alguém lhe tenha chamado à atenção porque não mais se repetiu. Mas isso diz bem da mentalidade e personalidade duma pessoa. Sabemos que estes rapazes são oriundos de zonas problemáticas, daí que o seu sucesso, financeiro e não só seja louvável, mas quando isso se transforma em ostentação, em humilhação até para os seus companheiros menos afortunados, vai uma grande distância. Afinal os portugueses sentem-se envergonhados pela maneira como viram ser representado o seu país num evento mundial. Os protagonistas parece que não. Afinal para eles nada acontece. Continuam na mesma vida, não enfrentam o desemprego como muitos milhares dos seus compatriotas, e quer se saiam bem ou mal, para eles tudo permanece na mesma. Pensamos que nem entendem o que se está a passar no seu país. Este é o mundo do futebol. Este é o desporto que reduz estes rapazes a isto que é muito pouco. Há muitos anos atrás, em entrevista a um jornal, um conhecido jogador dum grande clube nacional, depois de questionado pelo seu futuro e porque não ocupava o tempo que lhe sobrava com alguns estudos que lhe poderiam ser úteis mais tarde, afirmava que não tinha tempo. Porque treinava de manhã e de tarde, nos intervalos jogava bilhar e à noite tinha que ver a telenovela. Ao recordar este episódio, bem como o conhecimento direto que tive de gente da bola quando ainda adolescente, veio-me à memória uma frase de Di Stéfano sobre um determinado jogador, quando disse "ele poderá ser um grande jogar se não esquecer os livros, caso contrário, não o será jamais". Os nossos rapazes da bola ainda têm um longo percurso a fazer para perceber isto, se é que algum dia, o conseguirão entender.

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