Turma Formadores Certform 66

Saturday, May 09, 2015

A saga dos animais

Acabei de chegar da matilha. Como vem sendo hábito, os recipientes da comida estavam todos vazios. Apenas o da água subsistia, com ela muito suja, talvez a que lá deixei a semana passada. Não sei se o Bruno Alves Ferreira lá foi ontem, se teve possibilidade, mas se foi, então a comida seca que habitualmente lhe deixa desapareceu na totalidade. Como ainda tinha alguma comigo quando lá cheguei, deixei-a ficar com a firme convicção de que amanhã quando lá voltar ela terá desaparecido na totalidade. O cachorro não apareceu. Sei que vai lá durante a semana na hora de almoço dos trabalhadores, com a firme certeza de que algo sobrará para ele. E assim acontece. Ao sábado, como ainda hoje me confirmaram, nem sempre vem. Talvez porque sabe que não vale a pena a caminhada porque a comida que lhe deixamos já lá não estará quando ele vier. Antigamente residia no local com a mãe. Com  o desaparecimento desta, passou a seguir outros caminhos, com novos amigos, ao que julgo saber. É pena que seja assim. Nada mais posso fazer. Nem eu nem ninguém. Quem a lá vai roubar, sabe dos nossos movimentos e tenta evitar encontros indesejáveis. Enfim, esta a saga de quem anda nesta
coisa de apoio aos animais. E isto nem é o pior. Nem aqui vos quero contar as coisas que já vi, nestes muitos anos que tenho desta missão, para não estragar o vosso fim-de-semana. É revoltante que assim seja, sobretudo, num país que não sabe cuidar dos seus animais. Ou os deixa abandonados na estrada, ou os deixa a sofrer atropelados no asfalto, ou os recolhe para os abater em canis de abate, como são quase todos, em condições horríveis bem longe dos olhares das gentes. Alguém disse que o desenvolvimento dum país se vê pela maneira como trata os seus animais. E é verdade. Por isso, é que nos parecemos cada vez mais com um país atrasado do terceiro mundo. E não é só fruto da crise. É essencialmente fruto da educação que não existe de ensinar a lidar e respeitar os animais desde tenra idade. Enfim, somos o que somos. Por isso, somos muito pouco. (As fotos mostram a situação que encontrei e a que lá deixei).

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