Políticos menores
Temos vindo a assistir desde há vários meses a uma novela em torno da Caixa Geral de Depósitos (CGD). Problema que transitou do governo anterior de Passos e Portas mas que parece que estes senhores já esqueceram, ou julgam que nós esquecemos. Deixaram a banca de rastos, um país empobrecido, uma população na miséria. Mas julgam que nos esquecemos. Depois do problema do BES e da falência do Banif, a CGD seria o próximo problema se os sequazes ultraliberais não tivessem sido afastados do poder. Mas pensam que já esquecemos. Como não conseguiram resolver este problema, - como não foram capazes de resolver tantos outros -, criam esta parede de fumo, cheia de insinuações, vomitam nojenta bílis sobre uma pessoa que merece todo o nosso respeito. (Aqui afirmo, como já o fiz por diversas vezes, que este governo nem sequer é aquele que me enche as medidas. Mas convenhamos, queiramos ou não, que está a fazer um belo trabalho). Mário Centeno, um brilhante economista pertencente aos quadros do Banco de Portugal, sempre se pautou por uma certa serenidade, mesmo quando todos, dentro e fora do país, diziam que o país se estava a encaminhar para o colapso. Mas não. Os resultados estão aí, e até alguns deles mais promissores do que as projeções do governo admitiam. Isso é bom para o país, ou melhor, para parte do país, porque há uma outra parte que acha que não. Aquela que foi incapaz de tirar o país do atoleiro, que não se soube impor em Bruxelas, que viveu escondido atrás duma 'troika' incompetente, que nem sequer foi capaz de detetar os problemas graves que existiam na banca e que eram já crónicos à época. Mas o governo atual, - e Centeno em particular -, não se amedrontaram e mostraram que estavam certos calando as vozes dentro e fora do nosso país. Mas a direita acha que não. E como não consegue enfrentar a situação, recorre então ao jogo rasteiro bem típico dos políticos pequenos que são, de seguir a via do assassinato de carácter. As conferências de imprensa de quinta feira última do CDS/PP e do PSD, são bem o exemplo dessa mesquinhez política, ressabiada por privilégios perdidos, de implementação da agenda ultraliberal que tinha oculta e que iam aos poucos impondo ao país. Tudo muito reles, baixo, a cheirar a podre. Em Democracia deve-se fazer oposição. Até direi que é algo de fundamental para que a qualidade da mesma melhore. Mas quando, à falta de argumentos, se passe ao jogo de sarjeta de atentado de carácter, isso não. Mário Centeno tem mostrado, e penso que continuará a mostrar, que existe uma outra via. Substituindo a agenda ultraliberal por uma mais próxima do keynesianismo, - que muitas vezes defendi neste espaço -, demonstrando que se pode fazer melhor sem que as populações sejam arrastadas para a miséria mais abjeta. Podemos concordar ou não com a via traçada. Podemos estar ou não com esta governação. Mas nada justifica o atentado ao carácter duma pessoa, seja ela quem for, apenas e só para justificar a nossa visão diferente da política. Em política não pode valer tudo. E a impunidade com que estes sujeitos, - eleitos por todos nós, mas que da população se esquecem quando chegam aos areópagos do poder -, possam enlamear o bom nome de seja quem for e gozar de impunidade total. Pobre Democracia esta que tais sabujos tem. Não será assim que nos ergueremos das cinzas que a governação de PSD-CDS nos legou. Assim não, meus senhores! Não vale tudo. Não pode valer tudo.
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