No caminho da memória
A vida é feita de memórias, sobretudo, quando os anos vão passando por nós e as memórias são uma espécie que se vai acumulando num saco que se enche com o tempo, por vezes, de coisas boas, outras vezes, nem por isso. E esta memória que aqui vos trago e que convosco quero partilhar, é uma das boas que o meu saco já bastante pesado, transporta. Hoje o meu avô materno e padrinho celebrava o seu aniversário, o 104º. Já há muito que partiu, mas a memória essa ficará comigo até que eu mesmo passe a ser memória para terceiros. Embora não existisse tradição de celebrar aniversários na minha casa, hoje celebro-os na memória dum outro tempo que já à muito passou. Celebro agora estas efemérides com mais fulgor do que nos tempos de então. Coisas da vida que também nos vão modificando. Este meu avô foi o meu mentor ao longo da vida, até à minha condição de homem. Ele sempre esteve presente, sempre como o farol para um barco, - por vezes atrapalhado no meio da tempestade -, mas logo ele aparecia para ajustar o rumo e segurar firme o leme. Tenho dele a maior referência porque foi com ele que praticamente fui educado. (A foto que publico diz isso mesmo. Ele um homem de meia idade e eu uma criança na casa dos três anos. Esta foto é datada da segunda metade dos anos 50 do século passado. Tirada na casa onde nasci. E assim estivemos sempre próximos ao longo da vida. Esta foi uma cumplicidade que existiu até à sua partida). Ele era a pessoa que eu queria imitar quando crescesse não percebendo então, - ainda menino -, que cada pessoa tem a sua estrada a percorrer independentemente de quem são os companheiros de jornada. Hoje era o dia do seu aniversário. Hoje é o dia de me dirigir à minha já enorme galeria de ausentes para o saudar. Feliz aniversário, avô José! Lá onde estiveres que estejas em paz.
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