Turma Formadores Certform 66

Tuesday, February 06, 2018

Para memória futura

Esta foto - que tive a felicidade de fixar - tem 6 anos e quis aqui trazê-la de novo para memória futura. Ela elucida aquilo que foi a minha luta com a chamada matilha de Rio Tinto durante 17 anos! Nem tudo correu bem. Houve coisas que até correram muito mal. Mas também existiram momentos importantes como foi a adoção do Repinhas, o cachorro que fechou esta matilha. Na foto podem ver à esquerda a Sheila, que era a mãe do Repinhas. Desapareceu sem deixar rasto depois de se ter despedido de mim. Andava doente e julgo que morreu. A seu lado em frente na foto, o Repinhas que foi adotado e se encontra em Macedo de Cavaleiros. Atrás à direita sentado, está o Repas, que é o pai do Repinhas. Depois duma péssima e precipitada adoção, ele foi adotado por uma outra pessoa e, ao que julgo saber, encontra-se bem. (Não sei se é mesmo assim, porque quando o Repas foi adotado por um mau adotante, também me diziam maravilhas e no fim foi o que se viu. Espero que agora esta informação seja fidedigna e o Repas esteja mesmo bem). Atrás, sobre a esquerda da foto, também sentada está uma outra sofredora. Irmã do Repinhas, que nunca teve direito sequer a um nome, - pelo menos, que fosse do meu conhecimento -, que muito sofreu e desapareceu repentinamente. Não sei o que lhe aconteceu, se está bem ou mal, ou se até ainda vive. A juntar a estes, muitos outros por aqui passaram. Todos sofrendo muito às mãos dos humanos sem escrúpulos, fustigados pelas intempéries sem terem um porto de abrigo, açoitados pela fome e sede, quando lhes destruíam os abrigos onde lhes colocávamos a comida, quando não simplesmente a roubavam, e disso aqui fiz eco durante anos. Muita coisa se passou e nem sempre gratificante como vêem. Mas a memória aqui fica como símbolo, - como padrão -, do sofrimento dos nossos amigos animais que partilham connosco este espaço que habitamos no cosmos e que tão mal compreendidos são. Aos que partiram que estejam em paz. Aos que desapareceram que nada de mal vos tenha acontecido e, caso vivais ainda, que o sofrimento não exista nas vossas pobres vidas. Quanto aos adotados que sejam felizes nesta segunda oportunidade nas suas novas vidas. E agora, a vós, amigos de quatro patas, a todos peço perdão porque se calhar nem sempre estive à altura do que espera-vais de mim. Fiz o que pude, como pude, com aquilo que pude. Travei este combate com as armas que tinha aos dispor e, se calhar, nem sempre as mais adequadas e eficazes. Mas fi-lo. E disso, e até por isso, a minha consciência não me acusará. E a vós amigos humanos, aqui vos deixo a memória, uma memória igual a tantas outras que por aí existem, e que nem sempre conseguimos estar à altura daquilo que estes seres gostariam que fizéssemos. Mas o fazer, e o dispormo-nos a isso, já é importante. Esta foto diz isto tudo e muito mais, e nem sabem as saudades que me dá, e o sofrimento que encerra e me atormenta.

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