O Nicolau aproxima-se do fim
É sempre com muita dor que falo da doença do meu velho amigo Nicolau. A sua situação vem-se degradando dia após dia. As pernas começam a fraquejar, o que indicia o fim próximo. Hoje teve muitas dificuldades em se levantar e caminhar mesmo com a nossa ajuda. Quis vir para o primeiro andar onde se sente mais no seu habitat. Aos subir as escadas, e apesar de o acompanharmos, caiu por duas vezes, bateu com a boca no chão, ele que a tem tão dilacerada, e logo o sangue brotou. O Nicolau definitivamente não consegue erguer-se e caminhar sozinho. Poderá fazê-lo uma vez ou outra apenas pela sua força de vontade, mas está a ficar muito debilitado, de magreza extrema, apesar de comer muito bem, mas as suas funções começam a ceder. Hoje é um dia triste para mim porque vejo o meu velho companheiro de quase dezasseis anos e meio a encaminhar-se para o fim da sua jornada. Jornada que tem sido para ele muito difícil e sofredora nos últimos tempos. Quanto a mim, vejo aproximar-se mais um momento de sofrimento e dor para o qual nunca estou preparado. O ciclo da vida é assim todos o sabemos, mas nunca o acolhemos sem reservas quando temos que passar por ele. O meu velho amigo aqui está, deitado junto de mim como sempre faz, procurando sempre a companhia de alguém. Ele deve pressentir que o fim está próximo e não quer estar sozinho nesse momento. Estou de coração partido. Força, Nicolau!
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