"Mulheres Suicidas Palestinianas" - Barbara Victor
Há livros que nos marcam e impressionam pelo tema, mas sobretudo, por nos mostrar o outro lado das coisas a que normalmente não damos atenção. E isto aplica-se a este livro, "Mulheres Suicidas Palestinianas" da autoria de Barbara Victor. embora um livro datado no tempo, ele permanece atual, como atual continua a ser o drama que se desenrola no Médio Oriente. Já o tinha lido à algum tempo atrás, mas voltei a lê-lo depois de me ter surgido uma questão pertinente sobre esta problemática. E não me arrependo porque estes são livros que devemos ter sempre à mão. Na sinopse da obra podemos ler: 'Quando Yasser Arafat, em Janeiro de 2002, apelou às centenas de mulheres que tinham vindo ouvi-lo nesse dia em Ramallah para que “se sacrificassem, como sempre tinham sabido fazer, pelas suas famílias, a fim de libertarem os maridos, os pais e os filhos da opressão”, ele próprio ficou surpreendido com a sua pronta e devastadora resposta. Nesse mesmo dia, uma palestiniana de 26 anos, Wafa Idris, tornava-se a primeira mulher suicida da Intifada a fazer-se explodir num centro comercial de Jerusalém. Tragicamente, não seria a última. Em "Mulheres Suicidas Palestinianas", a jornalista Barbara Victor levou a cabo uma investigação na Palestina para tentar compreender o que pode levar essas mulheres a sacrificar-se, semeando a morte à sua volta. Quem as dirige? Quem as forma? A que pressões, familiares ou políticas são sujeitas?' Este livro é impressionante porque nos mostra as pressões a que são sujeitos os palestinianos, - mesmo não sendo políticos -, exercida pelos seus vizinhos e familiares. Numa sociedade sem esperança, num país ocupado por Israel que lá está com mão de ferro, vai-se criando o caldo da revolta e a emulação num atentado suicida é saída para uma vida sem futuro buscando uma mediatização da pessoa e da família enorme. (Afinal foi aquilo que todos conhecemos da peregrinação dos judeus no Egito agora sobre outra forma e com outros protagonistas, restando apenas os judeus como referência). Se no Ocidente os jovens buscam a visibilidade pela música, modo de vestir e de agir ou outra coisa qualquer, nessas terras é o suicidio que os trás para a ribalta e até (pasme-se) a melhor qualidade de vida da família do suicida. Algo inconcebível para as nossas mentalidade de ocidentais. Esta é uma grande questão que levaria muito tempo a descrever. Assim, aponto para o livro como a possível resposta a algumas das interrogações que temos. Sobre a autora ela é repórter no Médio Oriente e trabalha para a cadeia de televisão CBS. É detentora de várias obras onde a problemática do Médio Oriente é a matéria primordial. A edição é da Gótica.
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