A caminho de nova recessão
Tempos difíceis estes que vivemos. Quando as economias estavam a estabilizar depois da crise que abalou o sistema à cerca de dez anos acontece esta pandemia que veio por em causa tudo o que se tinha conquistado envolvendo as economias - sobretudo as europeias - num recuo bem perto da que se verificou no pós-guerra. E se a crise do subprime levou a abalos fortes (e todos nos lembramos do que se passou entre nós) agora as coisas terão um impacto mais complicado porque nessa altura eram apenas alguns países que estavam em dificuldade agora é a economia global que está posta em causa. Já vamos vendo alguns sinais, sobretudo ao nível do emprego. Muitos dos trabalhadores em lay-off poderão já não ter emprego quando tudo isto passar. Algumas empresas que encerraram já nem sequer abrirão. O setor do turismo será um dos mais afetados, o que nos deve preocupar a todos, porque era o setor motor da recuperação económica que Portugal vinha sentindo. O teletrabalho será uma norma cada vez mais no nosso quotidiano - ele que já é normal em algumas países e até em empresas mais 'avant garde' entre nós - será cada vez mais a norma. Era algo que as empresas vinham pensando há já algum tempo e esta situação colocou-lhes na mão a solução. O mundo em geral - e a Europa em particular - sentirão um abalo profundo que levará décadas a recuperar na totalidade. Até a China que estava a crescer perto dos 6% já vinha dando sinais de abrandamento - o vírus até deu jeito! - assim justificando a desaceleração. Os EUA estão mergulhados no caos e a economia já vai estremecendo. Isso para já não falar no terceiro mundo - especialmente a América Latina e África - que verão as suas economias depauperadas, economias essas que nunca foram muito equilibradas acrescidas de lideranças muito voláteis e populistas. Daí o estarmos a assistir um pouco por todo o lado, a uma tendência geral das economias voltarem gradualmente à atividade, porque se vai percebendo que elas não poderão continuar paradas - ou quase - como tem vindo a acontecer. Quanto mais tempo passar com as economias a meio gás, mais difícil vai ser a recuperação. Como já aqui disse por várias vezes, uma economia cai rapidamente, mas a retoma é sempre lenta e deixa muitas sequelas. Agora já não é este país ou aquele, agora é a economia global que está em causa. Com certeza que vamos ultrapassar tudo isto - o capitalismo sempre superou as crises - mas vai ser muito lenta a recuperação e o rasto de dificuldades que vai deixar às populações perdurará por bastante tempo. Aqui está como uma fator natural, acidental ou intencional - não interessa aqui estar a especular sobre isso por enquanto - pode por o mundo (de novo) à beira da rutura. Tempos difíceis se avizinham sem dúvida nenhuma para os quais temos que estar preparados, ou no mínimo, conscientes.
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