Uma pintura de memórias
Depois de vos ter proposto uma viagem em torno da arte à boleia da série 'A Arte nos Museus' que passou na RTP2, volto de novo, como prometido, para propor uma obra que me trás muitas recordações. Trata-se da pintura 'A Escola de Atenas' da autoria de Rafael. Esta pintura que se encontra no Vaticano é uma das obras mais importantes de Rafael pelo menos para mim. Rafael Sanzio (1483 - 1520), frequentemente referido apenas como Rafael, foi um mestre da pintura e da arquitetura da escola de Florença durante o Renascimento italiano, celebrado pela perfeição e suavidade de suas obras. Segundo historiadores e mestres da arte, o mais adequado é chamá-lo de Raffaello Santi, já que Sanzio fazia referência apenas ao seu local de nascimento e Santi era o sobrenome de seu pai, Giovanni Santi, nascido em Lucca, na Toscana. Junto com Michelangelo e Leonardo da Vinci forma a tríade de grandes mestres do Alto Renascimento. Rafael foi muito influenciado pelo seu pai que, embora um mestre menor, era um homem culto e transmitiu ao seu filho esse gosto pela arte e pela cultura. Mas voltemos ao quadro. Descobri este quadro de forma o mais improvável possível. Uma parte dele era capa do meu livro de Filosofia quando era estudante. Em conversa com a professora que então tinha ela disse-me que aquela imagem era apenas uma parte duma obra famosa de Rafael em que as figuras centrais eram Sócrates e o seu discípulo Platão. Aguçou a minha curiosidade e lá fui à descoberta da obra na sua totalidade num tempo em que ainda não havia internet e tudo era mais difícil e moroso. Fiquei deslumbrado com o que vi em toda a sua extensão. O realismo da cena e a suavidade com que foi executado. A profundidade que dele emana é notável bem como a luz que parece tratar-se duma iluminação artificial. Anos mais tarde revisitei esta mesma obra no Vaticano, agora já na sua vertente original, e a minha admiração não se esbateu, bem pelo contrário. Este é um quadro de muitas memórias para mim e, talvez por isso, me marcou muito ao longo dos anos. Espero que tenha para vós o mesmo entusiasmo e que tenham a curiosidade de um dia o irem ver em toda a sua plenitude.
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