Turma Formadores Certform 66

Tuesday, July 28, 2009

Boas férias - Reflexões



Numa altura em que estamos em pleno período de férias, achei por bem fazer algumas reflexões que servirão como uma espécie de balanço de tudo o que aqui se disse e escreveu ao longo deste tempo. Julgamos, facilmente, viver num tempo sem paralelo algum na História da Humanidade e que, por isso mesmo, o Homem de hoje nada tem a ver com o de há 2 ou 5 mil anos... No entanto, se analisarmos, as diferenças essenciais não são tão profundas assim: transportamos as mesmas interrogações sobre a vida e o seu sentido, as mesmas inquietações e necessidades, as mesmas qualidades e defeitos, a mesma capacidade de amar ou odiar, de fazer o bem e o mal, de perdoar e retaliar, de construir ou destruir, de fazer a guerra ou a paz... No que temos evoluído, sem dúvida, e de forma espectacular, é nos meios e nas técnicas de realizar todas essas capacidades. Temos hoje "instrumentos" muito mais variados, sofisticados e poderosos para o melhor e para o pior... Continuamos com a mesma interrogação, procura, abertura, acolhimento, confiança, entrega ou alheamento, indiferença, desprezo, rejeição. Podemos, de facto, escutar ou não os seus mensageiros, prestar ou não atenção aos seus sinais, podemos, de facto, escolhê-los ou desprezá-los, crer ou não crer. Quando ficamos pelos cálculos ou pelo "calculismo", facilmente concluímos que não há nada a fazer: o nosso esforço ou contributo nada resolvem. Mas quando decidimos fazer ou dar o que está, de facto, ao nosso alcance, então o "milagre" acontece. Só a solidariedade humana pode resolver problemas que, aparentemente, não têm solução. Só a partilha torna possível o milagre da abundância e de alimento para todos. Só quando os homens juntarem os seus esforços e os puserem ao serviço das necessidades uns dos outros conseguirão alcançar o bem-estar para todos. Numa altura em que atravessamos uma crise económica deveras severa, temos que estar atentos e solidários. Não podemos ignorar as fortes tensões e injustiças sociais, hoje mais visíveis com a recessão, mas que já existiam em períodos recentes de progresso económico. São situações que temos que denunciar, desde logo, o luxo, o esbanjamento e a indiferença dos ricos face à penúria e à miséria de tantos concidadãos. Todos temos a sensação que, estas atitudes, são inúteis e vazias. Não pensemos só nos nossos semelhantes humanos, o que dizer dos pobres animais, vítimas da mediocridade humana, e que neste período de férias, tanto sofrem, sobretudo com o abandono, com todo o cortejo de misérias que trás associadas, tudo em nome do merecido descanço. Como é possível alguém ir de férias, sabendo que abandonou o seu animal de estimação, a uma sorte, quase sempre terrível? Isto também tem muito a ver com a mesquinhez humana, uma certa forma de ignorância, para não dizer, a assumpção da carga mais negra que transportamos dentro de nós. Hoje é a vez de nos interrogarmos, (e gostaría que fossemos mesmo todos que lêem este espaço), sobre o mundo que nos rodeia, o que ele nos tem a dizer através do que vemos à nossa volta e a resposta que se espera, seja dada por cada um de nós. Aproveito para desejar a todos uma boas férias, isto não quer dizer, que este espaço vá também a banhos, a ele voltaremos se tal se justificar. Boas férias para todos.

0 Comments:

Post a Comment

<< Home