Turma Formadores Certform 66

Friday, July 17, 2009

A crise financeira e a recessão VIII

Assistimos anteontem, à intervenção do governador do Banco de Portugal efectuada na Assembleia da República. Na sua intervenção, apesar dos sinais de alguma recuperação, como as estatísticas internacionais o mostram, o Dr. Vitor Constâncio lá foi deixando cair que a situação estaria para ficar pelo menos por dois anos. Já tinha deixado ficar a ideia neste espaço, subordinado a este tema, que a situação não seria tão passageira como nos queriam fazer crer. A missão dos políticos, e entre eles incluo o governador do BdP, é tentar acalmar as pessoas, também já o disse anteriormente e mantenho, mas também não podemos criar uma cortina de fumo, uma verdadeira ilusão de óptica, para afastar a verdade dos portugueses. Estou convicto, infelizmente, que a crise será mais prolongada do que os dois anos, anteontem anunciados. Estas crises prolongam-se por muito tempo, dada a inelasticidade da economia ao crescimento. Para usar uma linguagem figurada, diria que quando tropeçamos e caímos tudo é muito rápido, mas o erguer-mo-nos é mais lento. As bolsas costumam antecipar cerca dum ano e meio a dois a recuperação económica e, como temos verificado, as bolsas em geral e a nossa em particular, ainda não dão sinais tão sustentados assim, para que possamos inferir daí um efectivo sinal de recuperação. Quanto ao fantasma da deflação, diz-se que está mais afastado, a ver vamos, os preços da energia, nomeadamente do petróleo, têm servido para evitar este fenómeno, vamos a ver por quanto tempo. No entretanto, o desemprego continua a aumentar, as previsões para 2010 dizem que pode aumentar em 4,1% o que a verificar-se colocará o nível de desemprego nos dois dígitos, o que será muito grave. É um problema que nos deve trazer a todos apreensivos, e este factor será, seguramente, aquele que mais vai ter dificuldade em voltar à normalidade, e cujo retomar do nível considerado normal, vai demorar mais tempo.

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