A crise financeira e a recessão - XXVII
A economia mundial, europeia e, por maioria de razão, a portuguesa continuam a dar sinais de grande turbulência que não parece acalmar. A banca continua a ter dificuldades em financiar-se no estrangeiro, dado que o abaixamento do "rating", em nada veio ajudar. A lei da selva está instalada, o salve-se quem puder é, cada vez mais, a palavra de ordem. É sabido que Portugal pode vir a ter que recorrer ao fundo especial de emergência - assunto que os políticos vão evitando falar - dada a situação a que o país chegou. A recuperação ainda é ténue e nada nos diz que não possa vir a regredir de novo. O desemprego atinge novo recorde e, segundo muitos - onde nos incluímos -, achamos que ainda será pior durante este ano. Nesta amálgama confusa em que estamos, na encruzilhada que atravessamos, o cidadão comum, deve sentir-se perfeitamente confuso sem saber o que fazer e o que dizer. As medidas tomadas, embora necessárias, ainda não foram suficientemente explicadas aos portugueses, o que pode levar a uma grande conflitualidade social muito semelhante àquela que se verifica na Grécia. As classes mais débeis estão a ser esmagadas pelo peso das restrições impostas, e é aqui que o problema se coloca. Se o país está neste estado, não creio que sejam os mais pobres, aqueles que vivem do seu modesto salário ou que influenciam o índice de desempregados, os culpados. No entanto, para alguns as dificuldades não existem, o "casino financeiro" continua, e o caso da Telefónica com a OPA hostil à PT para tomar posição na Vivo é bem caso disso. E, caso essa operação vá avante, pode ser o fim da própria PT. Mas esta questão será analisada numa próxima crónica. Por agora, resta tentar saber que rumo estamos a tomar e qual o resultado de tudo isto no fim. Todos sabemos que nada será como dantes, mas também não sabemos o que nos espera no fim da linha. A política é uma sala de espelhos, onde o certo e o errado nem sempre é perceptível. Mas é aos políticos que cabe encontrar as soluções, para isso foram eleitos, e não só para fugirem às fileiras do desemprego que, certamente, seria o destino de muitos deles.
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