Turma Formadores Certform 66

Saturday, May 22, 2010

A crise financeira e a recessão - XXV

Temos vindo a assistir a uma grande tensão em volta da tão falada crise económica. Como já tinha dito neste espaço, é minha convicção que a crise veio para ficar. Falava-se em medidas de austeridade até 2011, ontem o primeiro-ministro já ia falando que as medidas poderiam ir até 2013. Pois meus amigos não estou convicto de que tal aconteça até essa data, tão só, porque estou certo de que a crise se vai espalhar muito para além dessa data. Digo-vos que estas medidas anunciadas, mais o PEC, mais outras que terão inevitavelmente de acontecer mais à frente, não são suficientes para estancar o nosso endividamento. Portugal está a pedir dinheiro ao exterior para pagar as dívidas, numa espiral que já vai nos 300 mil milhões de euros, o que significa que daqui a trinta anos este valor terá ultrapassado os 600 mil milhões. Sem espaço de manobra, este ou outro qualquer governo, pouco podem fazer. A mera substituição dum governo por outro, não criará condições para que o problema se atenue. Este problema tem raízes bem mais profundas, que vêm muito de trás, sobretudo, desde os anos 80 com os governos de Cavaco Silva. Todos se lembram do elefante branco que foi a criação do Centro Cultural de Belém, à época tão contestado por muitos, mesmo dentro do PSD. Mas nesse tempo o dinheiro entrava vindo da então CEE, mas todos se esqueceram de que o teríamos que pagar no futuro. Por isso, quando ouço falar dos grandes investimentos, - leia-se TGV - lembro-me desses tempos, onde o próprio Cavaco Silva, hoje tão crítico, não foi capaz de tornar claro aquilo que o futuro nos reservava. O problema é sério, mais do que a maioria das pessoas pensam. Não nos podemos esquecer que a algumas semanas atrás, alguns bancos portugueses, não iam ao mercado internacional financiar-se porque, simplesmente, não tinham crédito. As medidas que aí vêm são necessárias, mas não são suficientes para eliminar o problema. Por mais leis "Robin dos Bosques" que se criem, todos temos a sensação de que são as leis do "Xerife de Nottingham" que por aí andam. Vejam o que aconteceu esta semana com a publicação das taxas do IRS. A confusão e o desnorte são grandes, porque a situação também é muito grave. Para já, vai-se apanhar o subsídio de férias dos portugueses, depois se verá o que se há-de ir buscar mais. Como diria António Variações, "quando a cabeça não tem juízo, o corpo em quem paga"!!!

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