Turma Formadores Certform 66

Friday, April 23, 2010

A crise financeira e a recessão - XXI

Continuamos a assistir ao assédio da economia portuguesa por parte dos agentes internacionais. Como dizia à dias Cavaco Silva, quando um país é "filado" pelos especuladores é difícil fugir-lhes. Penso que Cavaco Silva tem toda a razão, porque é claro que, ao tentarem colar a economia portuguesa à grega - com a qual nada tem a ver, mesmo para não iniciados nestas matérias - estão-se a criar condições para que Portugal venha a sofrer alguns amargos de boca nos próximos tempos. Estes até já começaram. Os juros da dívida pública regressaram ao tempo do escudo, o que vem agravar ainda mais a situação que estamos a viver. À quem diga que esta é uma situação de teste ao euro, com a conivência inclusive de alguns países da zona euro. Nestas matérias tudo é possível, embora a ser verdade esta situação, não deixa de ser lamentável. Que venha do outro lado do oceano atlântico até se compreende. É do conhecimento geral que os americanos sempre se opuseram à criação do euro e, até no limite, à própria UE. Vemos o FMI a lançar atoardas sobre a economia portuguesa, embora de vez em quando, venha dizer que afinal só estão na Grécia. Por mais que as autoridades portuguesas desmintam, assistimos de facto, a um complôt contra Portugal. Nesta matéria como em outras, penso que deve prevalecer o interesse nacional, e as forças políticas, todas elas, devem conjugar esforços para enfrentar esta delicada situação. Silva Lopes ontem dizia que Portugal "está a ser vítima de especuladores porque lhes cheirou a sangue". O "The Economist", jornal de referência mundial, na sua edição de ontem, separava claramente a economia portuguesa da grega. Mas mesmo assim, a situação continua fruto tão só de especuladores que pretendem ganhar nos jogos de bolsa e não só. A situação vai ser difícil, e demorará algum tempo a abrandar, mas sou de opinião que temos que estar unidos, como já o estivemos noutros momentos difíceis da nossa História, para combater as forças que nos pretendem esmagar. Será um combate desigual, mas já travamos combates desiguais noutros tempos, e não foi por isso que deixamos de vencer.

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