A crise financeira e a recessão - XIX
A economia está a contrair-se como já todos percebemos. Aquilo que aqui defendi no passado recente, começa a criar corpo. Portugal, como alguns dos países ditos desenvolvidos, poderão entrar em recessão, de novo, a curto prazo. O crescimento dentro da zona euro cifrou-se, no primeiro trimestre, nos 0%, o que significa que as economias, mesmo as mais desenvolvidas, estão a estagnar. A Grécia está com uma situação económica pior do que o Iraque(!), o que não é nada bom, como país da zona euro. Começa a desenhar-se uma crise em M, conforme já tinha afirmado anteriormente. Algo de diferente de tudo aquilo que conhecíamos até agora, o que coloca esta crise num patamar bem diferente da dos anos 20 que levou aos acordos de Bretton-Woods, mas para pior. Tinha afirmado que, por volta do mês de Agosto, seria a altura ideal para ter-mos a percepção de tudo isto. Infelizmente, parece que começamos bem mais cedo a tê-la e a temê-la, após a divulgação dos indicadores trimestrais dentro da UE e não só. Quando se fala do fim da crise, penso que é apenas para manter a auto-estima das populações, para que estas não entrem em desânimo e em desespero. Mas os níveis de confiança dos empresários e das populações - nomeadamente ao nível do consumo -, são bem evidentes, eles estão baixos e tenderão a baixar ainda mais, para níveis nunca antes atingidos. O desemprego galope rapidamente, com todo o impacto social que daí advém. À que aguardar para ver o que isto vai dar, e para ter-mos a clareza de tudo isto, os indicadores do segundo trimestre, serão bem mais interessantes e definitivos. Mas que os tempos que se avizinham não são fáceis, penso que ninguém tem dúvidas. Estamos perante uma autêntica bomba-relógio, que esperamos que não rebente.
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