A crise financeira e a recessão - XVI
Foi aprovado no passado fim-de-semana, em Conselho de Ministros extraordinário, o tão esperado Plano de Estabilidade e Crescimento (PEC). Tem-se falado muito sobre o pouco que se conhece, visto só hoje, ele ser apresentado aos diversos partidos políticos. Mas não tenhamos dúvidas que, o apertar ainda mais do cinto está aí, para fazer face à grave situação que o país atravessa. O programa tem sido elaborado com algum cuidado, retardando um pouco a sua apresentação em Bruxelas. Isto deu-nos a visão mais abrangente de como a UE reage a situações deste tipo. A razão do atraso, parece ter sido essa. O caso grego - que é bem diferente do que o nosso, nunca é demais realçá-lo - mereceu uma atitude de grande intransigência por parte da UE. Inicialmente foi rejeitado e só após várias alterações, mais gravosas, é que ficou aprovado, vindo a desencadear os graves problemas sociais na Grécia a que temos assistido. Assim, fica para Portugal, o saber antecipadamente aquilo que nos espera, se o famoso PEC não contiver políticas fortemente restritivas para baixar o déficite para menos de 3% até 2013. Claro que o cidadão comum não vai gostar do que vem por aí, mas a inevitabilidade da situação a isso impõe. O governo disse que a restrição iria ser feita, essencialmente, pelo lado da despesa pública. É uma boa notícia, porque o nosso Estado é despesista, e não é compreensível que sejam as populações a pagar os seus desvarios. Em Portugal, como nos outros países, normalmente, o Estado não olha a contas, porque tem sempre o factor fiscal para corrigir. Só que agora a margem de manobra é menor, e será necessário pensar que a despesa do Estado tem que ser mais racional e mais controlada. Falasse do polvo a propósito de outras questões, mas acho que é aqui que se deve empregar o termo com mais propriedade. Vamos a ver se é desta que, deixam os mesmos, de pagar a crise, ou pelo menos, verem mais atenuada essa carga. Já era tempo das populações serem um pouco poupadas ao peso duma crise que nos vem esmagando à muito. Esperemos para ver como reagem os partidos e, sobretudo, como reage a UE, que no fundo, tutela estas questões, sendo a verdadeira mandatária para esta situação. Este é o lado menos bom para alguns, mas o estar na UE e sobretudo, no euro, é hoje uma defesa da nossa economia, porque se lá não estivéssemos as coisas seriam bem mais dramáticas. A esperança nos próximos dias chama-se Plano de Estabilidade e Crescimento, peça fundamental para o futuro do país, que é como dizer, para o futuro de todos nós.
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