O adeus à nossa querida Mimi
Hoje é um dia particularmente triste para nós. Ontem, cerca das 20,00 horas, morreu uma das nossas cadelinhas queridas a Mimi. A Mimi era uma cadelinha que nasceu num autêntico buraco, filha duma cadela vadia. Era a mais pequena de todas e aquela que nunca comia, porque os seus muitos irmãos e irmãs comiam-lhe tudo dada a muita fome que passavam. Talvez porque tenha sido a última da ninhada, a Mimi era muito débil e fraca. Ía-mos dar-lhes de comer, e começamos a ter uma ternura muito especial pela Mimi. Os outros foram sendo levados - esperamos que tenham tido boa sorte, assim como a mãe - e nós ficamos com a Mimi. Inicialmente em casa dos meus sogros, até que à cerca de dois anos ela teve um AVC que a deixou num estado horrível, nem pensávamos que tal pudesse acontecer a um animal. Isto aconteceu de madrugada e de imediato foi de urgência para uma clínica. Ao fim de alguns dias, lá foi recuperando, acabando por vir para a nossa casa para a necessária recuperação. Nós lá lhe fomos fazendo a fisioterapia recomendada e a valente Mimi, - uma verdadeira sobrevivente - recuperou. Embora ficando com algumas sequelas que são inerentes a estes problemas de saúde, tal como nos humanos, para quem não soubesse, ela era uma cadelinha normal. Como temos outros cães em casa, estes não só a receberam muito bem, apercebendo-se da sua saúde frágil - que grande exemplo para muitos humanos - como rapidamente a integraram e, a partir daí a nossa Mimi lá foi vivendo em harmonia com os restantes, em plena brincadeira com as mais pequenas que temos, tal como ela era uma cadelinha pequena. E ainda sobreviveu mais dois anos. Mas, para além da doença, a idade ia fazendo o seu percurso, e a Mimi hoje com quatorze anos, era aquilo que se pode chamar um animal velho. Apesar disso, só estava bem onde eu estivesse, bem junto de mim, e todas as manhãs, era ver a felicidade e as brincadeiras que fazia quando me via. Quando eu saía, ficava a chorar até que eu voltasse. Era inacreditável, nem existem palavras para descrever o que ela fazia, o amor que me dava e que eu lhe retribuía. Depois de ir começando a emagrecer rapidamente, embora comesse imenso, a Mimi foi-se debilitando, e praticamente só ontem, o dia da sua morte é que começou a recusar a comida e a água, que bebia sempre em grandes quantidades. Ainda ontem à tarde, desceu as escadas sozinha para ir ao quintal, onde tantas vezes brincou, como se se quisesse despedir do espaço onde foi tão feliz. Ao início da noite, na nossa presença, a Mimi despediu-se de nós, com muita calma e serenidade. Esperemos que lá onde estiver esteja muito feliz por saber que deixou cá quem muito a amou e tanto gostou dela até ao seu último sopro de vida. Esperemos que lá onde estiver, esteja num lugar de luz, de alegria, de felicidade e amor, tanto quanto aquele que, dentro das nossas possibilidades, lhe pudemos proporcionar. Mimi lá onde estiveres saberás sempre que foste muito amada e que nos deixas muitas saudades. Descansa em paz. P.S.: A foto que aqui publico foi tirada cerca de vinte e quatro horas antes da sua morte e foi a sua última foto. Ficará como um legado de memória.
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