Equivocos da democracia portuguesa - 42
Como temos vindo a assistir, estamos perante um problema muito sério ao nível da economia portuguesa. Não que não o tenhamos sentido à muito, embora muitos portugueses não tenham bem a noção do que se passa ao nível macroeconómico. Perante estas dificuldades o desemprego assume algo de muito importante combater, porque este não pára de crescer e porá em causa, mais cedo ou mais tarde, a estabilidade social. Como também é do conhecimento geral, Portugal está sobre observação da União Europeia, bem como, das empresas de "rating", e estas, têm um poder imenso que têm colocado os juros da dívida, para Portugal, a um valor muito elevado e que têm crescido muito nos últimos dias. Perante este cenário de perturbação é verdadeiramente inqualificável que ainda ontem, no parlamento europeu, o euro-deputado do PSD, Paulo Rangel, tivesse pedido a palavra para fazer uma intervenção sobre a "falta de liberdade de expressão em Portugal", e de que "Portugal já não era um estado de direito". Isto baseado em algumas notícias que têm saído a lume na imprensa na última semana. Não deixa de ser estranho que um euro-deputado do maior partido da oposição, tenha dado uma imagem tão negativa além fronteiras. Não sabemos o que Paulo Rangel tem em mente, mas este é, para nós, um acto de "lesa pátria" que devia ser sancionado pelo nosso país, que tem pessoas que tão má imagem dão da sua própria pátria. Ficamos perplexos quando ouvimos as afirmações na televisão, nem queríamos acreditar naquilo que estávamos a ouvir. Se existe roupa suja a lavar - e até achamos que existe, e muita - tal deve ser feito dentro das nossas fronteiras e não no exterior, trazendo a ignomínia sobre o nosso país. Continuamos a dizer que não sabemos o que Paulo Rangel quis atingir com estas afirmações, mas seguramente que, não foi o bem-estar e a boa imagem do país a que ele próprio pertence. Foi um acto de ignomínia que cobre de vergonha todos nós, e que teve uma reacção muito firme dos outros euro-deputados de outras famílias políticas. Numa altura que é necessário que todos cerremos fileiras para obviar à crise, existem pessoas que pretendem desqualificar o nosso país, não percebendo que, elas mesmas, não deixam de se desqualificar a si próprios. Como dizia Constança Cunha e Sá no "Correio da Manhã", a "oposição já percebeu que não existe alternativa credível a Sócrates", neste momento. O PSD, mais uma vez no certo do turbilhão, assumiu uma atitude irresponsável, junto a tantas outras que já teve nos últimos anos. O PSD ainda não percebeu que não basta querer ganhar noutros fóruns aquilo que não foi capaz de ganhar nas urnas. Os portugueses têm-lhe lembrado isso, mas parece, que por aquelas bandas, à muita falta de discernimento.
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