Turma Formadores Certform 66

Monday, April 05, 2010

Equivocos da democracia portuguesa - 48

Temos assistido nos últimos dias a mais um escândalo que envolve figuras públicas do nosso país e não só. Até agora, temos visto um lodaçal que tem sido atirado ao primeiro-ministro, não sabemos se com razão ou não - o certo é que ainda não se provou nada - facto que por si só já é sórdido quanto baste. Elas são comissões de ética, elas são comissões de inquérito, o certo é que até agora houve muita parra e pouca uva. Mas nestas coisas do foro público não existem inocentes, ou pessoas totalmente imunes. O caso dos submarinos é disso exemplo mais que cabal. Desde figuras como Durão Barroso, que já têm uma dimensão europeia e mundial, até ao justiceiro Paulo Portas. O primeiro até parece que beneficiou do negócio para chegar a líder da Comissão Europeia, segundo algumas vozes, quanto a Paulo Portas, é bom não esquecer que era à época o ministro da defesa, e a última palavra cabia-lhe a ele. Neste pantanal em que a nossa democracia se tornou - embora noutros países a situação não seja melhor - fica um sabor amargo de que, ou estamos perante o vale tudo, ou então a descredibilização de figuras públicas é um cancro que minará, mais tarde ou mais cedo, a nossa democracia. Lembra-mo-nos mais uma vez, das sábias palavras do ex-ministro da economia, Manuel Pinho, que afirmou, por várias vezes, que esta situação só serviria para afastar os jovens da política, bem como, alguns dos melhores que temos, que não estariam disponíveis para verem a sua vida enxovalhada por alguns, que deveriam ter muito cuidado com os telhados de vidro que têm (vidé Paulo Portas). Penso que era preciso clarificar melhor o conceito de corrupção, caso contrário, o simples facto de oferecer uma garrafa de champanhe pode ser lido como um acto de corrupção. Enquanto essa clarificação não aparece, é a democracia que está a ser minada pelos seus próprios agentes, em nome dessa mesma democracia. Mas o que não deixa de ser estranho é que nunca se chegue a conclusão nenhuma. Será que João Cravinho tem razão quando diz que os políticos não querer combatê-la? E se for assim, porquê todo este folclore? Será que pensam que é isso que dá votos?

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