Turma Formadores Certform 66

Tuesday, June 08, 2010

A crise financeira e a recessão - XXVIII

Ontem assistimos a mais uma declaração sobre Portugal e Espanha, deita feita por Jean-Claude Junker líder do Eurogrupo. Como já vínhamos dizendo, o ano de 2011 não será, seguramente, o fim das restrições à economia portuguesa impostas às populações. Por toda a Europa, diria mais, por todo o mundo de economia de mercado, a situação é bem mais grave do que aquilo que os políticos querem fazer crer. A Hungria, embora não sendo membro do euro, falou no incumprimento face à sua dívida externa. De imediato as bolsas reagiram mesmo depois dum desmentido que, em vez de atenuar a desconfiança, veio ainda amplia-la. Hoje parece que é a Roménia que vem tomar o lugar da Hungria. Estamos a assistir a um dos maiores fenómenos de crise económica global de que à memória. Temos que ter a convicção de que, a partir de agora, nada mais será como dantes, o problema fundamental é que os países ainda não descobriram o rumo a dar às suas economias. A Grã-Bretanha já veio afirmar que os ingleses terão que fazer muitas restrições no futuro para fazer face aos problemas do país. A Alemanha que, como é habitual dizer-se, é o "motor da Europa", está a preparar um dos planos mais rigorosos para o corte na despesa de sempre, começando pelo despedimento dum número substancial de efectivos das suas forças armadas. Finalmente parece que a Sra. Merkel lá foi percebendo que o problema não era só dos outros, que no seu país as coisas também não iam bem. Nenhum país faz restrições só para dar o exemplo a terceiros, como os alemãs tentaram fazer crer, até porque estas atitudes têm custos políticos elevados. Todos temos que ter consciência de que, como já afirmamos a algum tempo atrás, que a crise veio para ficar. Desiludam-se aqueles que pensam que o pior já passou e que a partir de agora é sempre a recuperar. Os números aí estão para o desmentir, a crise continuará não se sabendo até quando, e as restrições irão sendo agravadas no futuro, porque os sinais de recuperação são débeis e pouco consistentes. Vejam os relatórios do Banco de Portugal e do Banco Central Europeu, bem como, o das Comunidades, aí veremos que entre o discurso político e a realidade da situação vai uma enorme distância, que todos nós temos que suprir.

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