Turma Formadores Certform 66

Tuesday, September 07, 2010

Ainda as reflexões após férias


Neste regresso de férias, com as costumeiras querelas políticas que ameaçam ocupar o nosso espaço, com a crise económica a afectar a nossa mente e a nossa vida, é necessário romper o círculo do natural e da lógica corrente e nos mostre-mos algo mais, de gestos novos e surpreendentes que abram caminho a um outro relacionamento e uma outra convivência, a um mundo diferente, mais justo, mais humano e melhor para todos. Para isso, são necessárias duas atitudes fundamentais capazes de gerarem esses gestos novos, humanizadores, que se esperam: a humildade e a generosidade. Na raíz da palavra humildade está "húmus", ou seja, o chão da terra. Pessoa humilde é aquela que se coloca ao nível dos outros e se aceita a si mesma tal como é, com as suas possibilidades e limitações. Não procura pedestais para se exibir ou dominar, nem para olhar os outros de cima. É simples, modesta, terra-a-terra, diante de quem todos se sentem à vontade. Tem consciência de que precisa dos outros e de que os outros também precisam de si. Por isso, a pessoa humilde está sempre aberta à colaboração, ao serviço gratuíto e à generosidade. A generosidade é, precisamente, o dom de si mesmo para o bem dos outros sem esperar qualquer recompensa senão a alegria de ser útil. Humildade e generosidade são dois valores simples e modestos como a água, mas vitais e fecundos como ela. Numa sociedade que se limita a gestos ou ritos de ocasião, (inclusivé religiosos), sem interferir, realmente, no rumo dos nossos passos nem nos critérios das nossas decisões. Temos que repensar a qualidade e a profundidade de tudo o que nos cerca (inclusivé a Fé), e se estamos, de facto, dispostos a seguir uma consciência saudável sem intermitências e livre de todos os apegos condicionantes. Temos que aceitar o sim e o não, aceitar o quente e o frio, apenas rejeitando apenas o "nim" ou as "mornices". Temos que nos deixar animar pelo que nos rodeia, desde logo o nosso semelhante, seus sentimentos e afectos, seus critérios e escala de valores e actuar movido por eles. O que supõe cultivar uma relação pessoal afectiva e profunda com o seu semelhante, com aquilo que pensa e os seus projectos, com a comunidade e com o mundo de que somos testemunhas e semeadores, nas relações não só com os seres humanos, mas também com os animais, a natureza, tudo aquilo que nos cerca. Relação que será sempre fonte de renovação e de novos recomeços. Nesta altura que, quase todos já regressamos à actividade, é bom pensar sobre isto e, tentar levar em frente o nosso caminho, sempre caminhando deixando o que passou para trás, mas com a determinação daquele que temos pela frente para fazer, sem tibiezas e certos de que, com determinação, chegaremos aos nossos objectivos, sem passar por cima dos outros, sem ofender a natureza, os animais, o meio ambiente, em suma, o planeta que é a nossa casa comum e que tão maltratado tem sido por todos nós.

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