Turma Formadores Certform 66

Tuesday, September 21, 2010

A crise financeira e a recessão - XXXV


Estamos a assistir a mais uma quebra da economia portuguesa. Embora hajam indicadores que mostrem alguma recuperação - mas continuamos a divergir da UE - tal não indicia que a confiança está instalada, quer em Portugal, quer na confiança, ou melhor, na falta dela, da comunidade internacional. Que o diga a banca portuguesa que, cada vez mais, está com dificuldades em obter crédito no estrangeiro. A desconfiança face à banca portuguesa até tem razão de ser, visto que esta não deixa de sofrer da imagem que Portugal vai espalhando no exterior, fruto de uma crise que para além de ser global, apresenta com muita evidência fragilidades estruturais que são inerentes a Portugal e não já à indução doutras crises que nos são alheias. Como já o referimos em comentários anteriores, é cada vez mais claro que o nosso país corre o risco de voltar a entrar em recessão, com tudo o que isto implica de negativo na confiança dos mercados internacionais. Sabemos que o governo tem aproveitado todas as décimas que aparecem para dizer que a economia está no bom caminho - até estamos de acordo com essa estratégia para não criar alarmismos junto da população - mas isso não pode impedir que se faça passar a ideia de que tudo está bem, até pelo impacto negativo que isto tem junto das populações. Desde logo, se tudo está tão bem, porque estamos a passar tantas dificuldades e, depois, isso pode induzir as populações a práticas consumistas que tiveram noutros tempos e que hoje, estão de todo, desajustadas. Sinais evidentes das dificuldades foi a suspensão do TGV, bandeira emblemática do PS nas últimas eleições, e com o qual estamos em desacordo. Afinal, para quem tanto falou de Keynes, parece que apenas o conheceu de nome e não tanto pela estratégia económica. Somos do que se assumem keynesianos e, como tal, defendemos liminarmente que o investimento público sirva de motor ao alavancar da economia e ao emprego. (Nem que para isso, se tenha que pagar o 13º mês em títulos da dívida pública). Contradições que só a política parece justificar. As populações, sobretudo as mais atentas e com meios para isso, estão a investir em ouro, visto ser um activo que está em alta, com valores de 90 anos atrás, o que significa que parece que estamos a voltar ao padrão-ouro, pelo menos duma forma induzida através do comportamento das pessoas, que cada vez mais vêm no ouro, um "activo de refúgio" como tecnicamente se costuma designar. Tudo isto e, em termos de conclusão, serve para ver que as coisas não estão bem, e que o governo - mas também as oposições - andam à deriva, sem saber bem o rumo que devem apontar.

0 Comments:

Post a Comment

<< Home