Turma Formadores Certform 66

Wednesday, August 31, 2011

Conversas comigo mesmo - XXV

Hoje trago-vos uma reflexão que entronca nos Evangelhos, e que diz o seguinte: "Mas a mulher veio prostrar-se diante d'Ele, dizendo: «Socorre-me Senhor». Ele respondeu: «Não é justo que se tome o pão dos filhos para o lançar aos cachorrinhos». Mas ela insistiu: «É verdade, Senhor; mas também os cachorrinhos comem das migalhas que caem da mesa de seus donos». Então Jesus respondeu-lhe: «Mulher, é grande a tua fé. Faça-se como desejas». A mensagem que aqui transparece é a de que estamos todos nos planos de Deus; não há fronteiras para os desígnios de Salvação; ninguém é excluído e ninguém tem o exclusivo da pertença: «A minha casa será chamada casa de oração para todos». Mas à luz desta mensagem, como entender, então, a atitude surpreendente de Jesus em relação àquela mulher cananeia? Porquê a sua indiferença inicial e o modo chocantemente duro, desprezativo e quase xenófobo - como diríamos hoje -, como a tratou? A resposta talvez se encontre nas palavras finais que lhe dirigiu: «Mulher, é grande a tua fé!». Tratou-se, então, de provocar e de pôr em evidência aquela fé que Ele já tinha pressentido nela, e mostrar assim, mais uma vez, aos seus discípulos e a todos, que há fé para além das fronteiras da nossa Terra e da nossa religião, e que, por isso mesmo, pode haver sempre «baptizados sem fé» e «crentes sem baptismo». Outro valor em destaque nesta cena do evangelho é a oração da cananeia, e as suas qualidades: uma oração de súplica e de intercessão, muito humilde, mas de inabalável confiança, insistente e persistente. Uma oração que dá frutos, confirmando aquelas palavras de Jesus: «Pedi e ser-vos-á dado. Procurai e encontrareis. Batei e abrir-se-vos-á».

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