Turma Formadores Certform 66

Tuesday, January 03, 2012

Conversas comigo mesmo - LI

"Que é a sensualidade num mundo sem paixão. O que é o sexo, se não for praticado com o coração. O que é o amor se não existir ninguém para amar. O que é um coração se não existir o vermelho para o pintar. Hoje em dia o amor, é banalizado. Porque foram esquecidas as essências onde foi criado. Sensualidade com amor, mostra paixão. Sensualidade sem amor, é sinónimo de prostituição. É assim que vive toda esta geração. Mentes entupidas com conhecimento corrompido da televisão. Não sou missionário, embora tenha uma missão. Ajudar esta nação, a agir pelo coração. Evitar a confusão e aprender a amar. Sensualidade do amor, é o que nos faz respirar". Texto interessante que percorre a rede global que é a internet. E isto dá que pensar nos dias de hoje com valores diversos, bem diferentes de geração para geração, e que nos faz interrogar sobre o caminho a seguir. E eu não posso ficar indiferente a tudo isto. Estou relendo a minha vida, a minha alma, os meus amores. Tenho amigos que não sabem o quanto são meus amigos. Não percebem o amor que lhes devoto e a absoluta necessidade que tenho deles. A amizade é um sentimento mais nobre do que o amor, eis que permite que o objecto dela se divida em outros afectos, enquanto o amor tem intrínseco o ciúme, que não admite a rivalidade. E eu poderia suportar, embora não sem dor, que tivessem morrido todos os meus amores, mas enlouqueceria se morressem todos os meus amigos! Até mesmo aqueles que não percebem o quanto são meus amigos e o quanto a minha vida depende de suas existências... A alguns deles não procuro, basta-me saber que eles existem. Esta mera condição me encoraja a seguir em frente pela vida. Mas, porque não os procuro com assiduidade, não lhes posso dizer o quanto gosto deles. Eles não iriam acreditar. Todos passamos por bons momentos e maus momentos, mas continuamos aqui, apaixonados uns pelos outros, e acima de tudo, felizes, pois lutamos e conseguimos alcançar essa felicidade que parece ser infinita. Passamos a amar não quando encontramos a pessoa perfeita, mas quando aprendemos a ver perfeitamente uma pessoa imperfeita. A afinidade não é o mais brilhante, mas o mais súbtil, delicado e penetrante dos sentimentos. É o mais independente. Não importa o tempo, a ausência, os adiamentos, as distâncias, as impossibilidades. Quando há afinidade, qualquer reencontro retoma a relação, o diálogo, a conversa, o afecto no exacto ponto em que foi interrompido. Afinidade é não haver tempo mediando a vida. É uma vitória do adivinhado sobre o real. Do subjectivo para o objectivo. Do permanente sobre o passageiro. Do básico sobre o superficial. Ter afinidade é muito raro. Mas quando existe não precisa de códigos verbais para se manifestar. Se amar é querer estar juntos, se amar é sentir saudades, se amar for a busca do carinho de sentir o calor dum corpo, das batidas compassadas de dois corações em harmonia, dos segredos, das confissões dos sentimentos em sintonia, então vou morrer amando, desejando, buscando mesmo que a distância entre mim e o outro seja grande, mesmo que seja impossível a convivência entre nós, mesmo que seja proibido o que sentimos, mesmo que digam é absurdo. Tudo isto é uma questão de fé. Vocês sabem o que é a fé? É quando acreditamos em algo que se não vê, quando se espera por algo que se não tem, e é esse o motivo que me faz acreditar que tudo tem uma saída, que nada é impossível. E aí está a felicidade. Ser feliz é encontrar força no perdão, esperança nas batalhas, segurança no palco do medo, amor nos desencontros. É agradecer a Deus a cada minuto pelo milagre da vida. Que este 2012, que ninguém quer, ano de crises plurais profundas, ano de apocalípse anunciado, ano de rupturas drásticas, que apesar de tudo isto, seja um ano de iluminação, de busca de soluções, de reencontros de amizades perdidas na voragem dos dias, de estabilidades emocionais reencontradas, enfim, que seja um ano feliz em contraciclo com as previsões dos muitos profetas da desgraça que por aí andam.

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