Turma Formadores Certform 66

Wednesday, January 04, 2012

Equivocos da democracia portuguesa - 159

Depois das férias dos Srs. deputados - afinal a crise não é para todos! - retoma-se a vida política com um quadro de incerteza cada vez maior. O "governador" da Madeira, apesar das dificuldades, lá continua com os grandiosos fogos-de-artifício, talvez para se esquecer da tremenda trapalhada em que se meteu. O "governador" da Madeira que se gabava de ter torneado a lei do anterior governo, agora vai ter que apertar o cinto e logo pela mão do PSD. Ironia das ironias!!! (Já agora, convém saber o que vai acontecer àquela idosa que perdeu tudo num incêndio ateado pelo dito fogo!). Sabe-se hoje que não existe dinheiro para pagar os salários dos trabalhadores do Jornal da Madeira, orgão de propaganda do PSD-M!!! Se calhar gastou-o nos fogos!!! No Continente as coisas não andam melhor. Veio-se a saber que a família Soares dos Santos, detentora entre outras marcas do Pingo Doce, mudou a sua sede fiscal para a Holanda!!! Não deixa de ser curioso que o seu presidente, convidado com frequência de Mário Crespo na SIC Notícias, tenha defendido que todos devem pagar impostos, para o progresso da nação, venha agora dar este exemplo de descarada fuga ao fisco, na senda dum Américo Amorim - também para a Holanda - e até da PT - empresa pública! - que nos seus negócios com a Vivo, utilizou a Holanda como plataforma giratória. O grande capital, mesmo o público, está a dar esta imagem de virar de costas a Portugal, enquanto os portugueses que não têm o poder desses senhores, - nem podem fugir para esses paraísos fiscais -, são esmagados com impostos. Isto diz bem do que o capital - tenha ele rosto ou não - pensa do país e dos governantes, sobrepondo-se a sua rentabilidade nem que para isso tenham que virar as costas ao seu país. Este é verdadeiramente o capitalismo selvagem, que apenas floresce com a extorção às populações e que na hora de ser chamado a militar pelo país, simplesmente lhe vira as costas. E tanto quanto sabemos, o governo nada fez, pelo menos, nada disse, se calhar ainda está a digerir a situação. E gente com a importância desta que aqui falamos, não há governo que os enfrente. Assim, senhores governantes, não vamos lá, e as populações começam a não aguentar a situação para que estão a ser empurradas. O país está a ser desfeito em pedaços sem que ninguém se aperceba em nome duma estratégia desenhada no estrangeiro que vai beneficiar países terceiros que não o nosso. O governo sabe-o porque foi ele que fez as negociações em Berlim, Paris e Bruxelas. Onde vão já as promessas eleitorais, onde vai a tão sábia verboreia que vomitavam na AR, contra o anterior governo, eles que tinham a solução para o país em poucos meses, afirmação produzida e repetida por vários senhores que estão hoje no executivo. Isto diz bem do nível a que chegou a nossa "classe política". Governantes que hoje perderam a sua autonomia e que estão na mão de estrangeiros que - embora na UE, mas também no Brasil, Angola e agora na China - não estão interessados com o nosso país como com outros pequenos países, periféricos e pobres como nós. Veja-se como na Grécia se preparam as populações para o regresso ao dracma, veja-se como entre nós, alguns economistas ultra-liberais próximos da ideologia do governo, se vão multiplicando em declarações sobre a eventualidade da saída de Portugal do euro. Não tenhamos ilusões que se isso vier a acontecer a miséria entre nós será ainda maior do que aquela que este governo está a impor a Portugal, num projecto que visa desagregar a UE e o próprio euro ou, pelo menos, torná-lo num pequeno grupo de fundadores que reinarão na Europa e que imporão as suas regras aos restantes. A senda imperialista da Alemanha, que já conduziu o mundo a duas guerras mundiais, parece não ter limites, preparando-se para um esticar da corda que não se sabe que consequências vai ter. Nunca a Europa esteve tão perto dum conflito como agora. Os povos dos diferentes países vão-se cansar, mais tarde ou mais cedo, de serem espezinhados por um "grupelho" de ultra-liberais, que distribuem entre si o que resta desses povos. A Europa e o mundo começam a tomar consciência que o rumo que as coisas estão a tomar não é o melhor, nem o mais justo, e veremos como tudo isto vai acabar. Como se isto não bastasse veio a lume o caso das "secretas". História recambolesca com sabor a "007", fez estourar nas mãos do PSD - que tanto se empenhou na comissão de inquérito - a bomba que estava a preparar para outros. O caso a que nos referimos prende-se com a alteração de última hora ao relatório produzido, retirando-se dele afirmações que davam conta de "lobbies" de pressão, nomeadamente, a Maçonaria. Esta notícia avançada pelo jornal Expresso fez agitar as águas, desdobrando-se os políticos, desde logo o PSD, em esclarecimentos uns atrás dos outros para evitar mais estragos. Afinal, parece que o seu líder parlamentar, Luís Montenegro, é membro da mesma loja maçónica de Jorge Silva Carvalho, o antigo "patrão" das secretas, agora na Ongoing. Seja como for, todos sabemos da forte implantação da Maçonaria entre nós, sobretudo, após a instauração da República e do papel que teve na sua preparação. Não nos surpreende assim, que o líder parlamentar do PSD seja maçon, num mesmo registo de muitos outros de diferentes partidos, alguns dos quais nem sequer escondem a sua filiação. Seja como for, isso é do foro de cada um, embora isso não pode servir - seja-se maçon ou não - para encobrir ou branquear situações menos claras na nossa democracia. Se a transparência é algo que nos move, já a filiação de cada um, seja lá onde for, não nos preocupa demasiado, desde que o interesse público seja posto acima de tudo o resto. E disto é que não temos a certeza. Assim, neste mar de dúvidas, a única coisa que temos como certa é que, os poderosos continuam a fazer o que bem entendem, as negociatas de bastidores são uma constante aos olhos dos portugueses que, embora não tendo a certeza de nada, entram na dúvida e na especulação, - e nada pior do que isso face à verdade não dita -, enquanto os portugueses comuns que vivem do seu trabalho se vêem cada vez mais espezinhados pelas políticas do governo, sabendo que elas, não visam tanto Portugal, mas sim, interesses outros, sediados bem longe do nosso país. As populações estão em ruptura, a capacidade económica está no limiar de pobreza, o país está sem rumo, e nada mais grave, quando um povo se sente sem rumo, onde todas as saídas, por mais penalizadoras que sejam, são consideradas, onde o risco a correr passa a compensar. Tempos difíceis se aproximam e não pensem só na economia...

0 Comments:

Post a Comment

<< Home