Turma Formadores Certform 66

Tuesday, June 26, 2012

Equivocos da democracia portuguesa - 189

E em tempo de canícula a política portuguesa segue o caminho habitual da depauperação, da miséria, sem estratégia de crescimento, tudo isto tem sido o pão nosso de cada dia. E se o governo tem vindo a dar machadadas sucessivas sobre vários sectores como os transportes e o Serviço Nacional de Saúde, é talvez no da educação que as coisas começam a dar que pensar, porque condicionam o futuro do país. Assim, foi divulgada à dias uma estatística que diz que jovens a falar duas línguas são apenas 13%, tendo diminuído o indicador relativamente ao ano passado que era de 23%. Muito longe, mesmo assim, da média europeia que é de 25%. Por aqui se vê o que está a acontecer entre nós. E se os alunos correm o risco de terem cada vez menos ensino, os que ainda restarem têm a emigração como destino. Pobre país que deixa fugir os seus jovens, que são o futuro da nação e, sobretudo, os jovens com mais qualificações. Se já regressamos aos fluxos emigratórios dos anos 60, agora temos esse fluxo alimentado por pessoas com elevadas qualificações. Já não é a emigração pobre e quase analfabeta que saía do país, mas sim, a sua massa cinzenta, o futuro de Portugal como nação. É caso para dizer que se o futuro já se nos apresenta sombrio em função da estratégia económica e financeira do governo, ele agora, aparece mais sombrio ainda porque é da qualificação da nação que estamos a falar. Apesar disto, o governo ainda achou por bem, fazer o sua apologia no dia em que se completava o primeiro ano da governação. É caso para dizer, se ninguém nos elogia, pois façamo-lo nós mesmos, à falta de melhor. Depois da miséria a que este país foi reduzido, depois da destruição da classe média, pilar do próprio regime, depois da falta de estratégia económica para que este venha a crescer num futuro próximo, depois de toda a confusão instalada, com muitos escândalos à mistura, o governo ainda acha que tem motivos para celebrar. Mas para além da arrogância do governo, esta parece atingir outros orgão de soberania. Cavaco confrontado com o protesto dos trabalhadores da Maternidade Alfredo da Costa recusou-se a receber os subscritos contra o encerramento da mesma, que não eram coisa pouca, à volta de quatorze mil! Agora, os promotores do projecto vão tentar entregá-los ao PM. Mas, como dizia um comentador da Antena 2, "seria bom que Cavaco os tivesse recebido, ficava-lhe bem, nem que os mandasse destruir sem os ler, porque se calhar ninguém ia saber". E ainda se admiram quando o PR começa a ser vaiado pelos sítios por onde passa. Esta é a sobranceria que hoje varre a política portuguesa, num mar de desilusão, de depauperação, de não-futuro que se desenha dia após dia. Num país sem rumo, numa Europa sem rumo e sem amanhã, onde a Espanha não escapou conforme pretendia fazer crer, onde Chipre já pediu o resgate invocando a exposição à dívida grega, onde não se sabe ao certo o que nos espera, a nós e aos restantes europeus, neste mundo de desilusão, só vai restando o futebol para alienar as massas. Porque é sempre assim, os políticos sabem-no bem. Isso também é um indicador do desenvolvimento dum povo. Quando à dias vimos uma checa a ser entrevistada sobre o futebol, achamos curioso que ela venha dizer que no seu país o futebol não tem a expressão do nosso, acrescentando, "enquanto vocês vão ao futebol, nós vamos visitar museus ou ao teatro". Esta é uma diferença bem vincada. Depois ainda nos queixamos dos políticos que lá colocamos como se fosse coisa doutrém!... Afinal, comportamo-nos como ovelhas à beira do abismo!!!

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